Um pôr -do-sol olhando de minha varanda!

Um  pôr -do-sol olhando de minha varanda!

quinta-feira, 30 de junho de 2011


Todo intercâmbio entre as almas está em constante processo de renovação no sustento da marcha evolutiva de todos.
Nenhum coração pode viver normalmente sem companhia.
Olhar, gesto e palavra, ocorrências naturais em qualquer recanto da vida terrestre, tem significações profundas para a garantia da felicidade.
O olhar exprime os mais diversos sentimentos na mímica da face.
O gesto pode ser o movimentos inicial de grandes ações.
A palavra constrói ou destrói facilmente e, em segundo, estabelece, por vezes, resultados vitais para muitos anos.
Toda criação da consciência reveste-se de importância particular.
Desde o pensamento isolado a germinar da forja do cérebro à plasmagem respectiva, tudo se afirma com valor específico, registrado, medido e julgado por Leis Inderrogáveis.
Modificam-se os valores da vida externa, segundo os valores do entendimento.
Examinemos semelhante realidade.
O arco e a flecha, preciosos para o selvagem, carecem de proveito nas mãos do homem relativament instruido.
Uma enciclopédia mostra expressão diferente aos olhos do professor e aos olhos do analfabeto.
As notas musicais são melodias para o músico e vibrações sonoras para o físico.
O desespero desconhece a paz que mora invariavelmente no centro da vida.
A teimosia apenas aprova o que lhe convém às cristalizações.
O egoismo vê concorrentes em todas as criaturas.
A fraternidade encontra irmãos em todos os companheiros.
A avaliação do bem e do belo varia, portanto, de espírito a espírito, de acordo com o burilamento íntimo de cada um.
Levantemos o pensamento para Jesus.
O Evangelho reune os valores indestrutíveis.
Aproveita o mínimo ensejo de auxiliar aos semelhantes.
Observa o lado nobre das ocorrências.
Ajusta o colorido do otimismo nas telas do cotidiano.
Confia e espera com paciência.
O objetivo maior da Criação é a felicidade real de todos.
Estuda ao redor de teus passos se os seres e as coisas, os fatos e as vidas premanecem estacionários ou progressistas, na procura de valores eternos e, buscando a tua própria integração com o melhor, caminharás firmemente no rumo da perfeição.

domingo, 12 de junho de 2011

Olá gestores e educadores,

Educar não é somente ensinar como conjugar corretamente um verbo ou como realizar as operações matemáticas mais difíceis. Educar é também fazer com que a criança, o adolescente ou o adulto se desenvolva social e afetivamente. Pois é isto que o texto do Jornal Virtual desta semana, escrito por José Romero Nobre de Carvalho Nascimento, descreve, trazendo como base os ensinamentos do médico, psicólogo e filósofo Henri Wallon. Você concorda com este pensamento? Leia mais abaixo.

Boa leitura!


Henri Wallon: um pouco de filosofia da educação
Nós, educadores, estamos sempre aprendendo. Recentemente conheci a pedagogia de Henri Wallon, médico, psicólogo e filósofo francês do século XIX, que mostra que as crianças têm também corpo e emoções e não apenas cérebro. A partir dessa idéia, foi ele quem lançou a tese de que a escola deve proporcionar uma formação integral (intelectual, afetiva e social).
     A teoria pedagógica de Wallon parte do pressuposto de que o desenvolvimento intelectual das crianças vai muito além do cérebro e de sua capacidade cognitiva. Foi inovador, pois foi o primeiro filósofo da educação a contestar a máxima pedagógica da época que dizia ser a memória e a erudição os princípios da construção do conhecimento. Para ele, a construção do conhecimento e a perfeita relação entre o ensino e a aprendizagem dependiam também do afetivo. Não se aprende se o emocional da criança não está bem equacionado. Para o filósofo, “a emoção é uma forma que a criança encontra para exteriorizar os seus desejos e suas vontades”.
     O desenvolvimento intelectual do educando é possível a partir de uma pedagogia mais humanizada que provoque na criança o despertar de uma sintonia com o meio em que vive. Assim, ele passa a fluir melhor o seu pensamento e a compreender o seu desenvolvimento como pessoa.
     A abordagem de Wallon leva-nos a perceber a pessoa como um todo. Ela passa a ser não um cérebro que está acumulando conhecimento, mas uma pessoa que necessita do conhecimento para viver melhor e mais feliz. Leva-nos a sentir a necessidade de ver, nos alunos, seres humanos que expressam suas emoções e necessitam de afetividade. Mais do que isso, ela nos conduz à missão de formar, respeitando a história de cada educando. Isso é maravilhoso, pois faz da educação um aprendizado constante também para o educador. A sensação é que ao nos debruçarmos sobre o desafio de ensinar, acabamos por aprender muito sobre a essência dos seres humanos e as necessidades reais do aprendizado. Este pensamento oportuniza-nos a reflexão do “homem-total”, que necessita aprender para a vida. Falamos então na construção integral do ser, capaz de desenvolver o intelecto sem esquecer o emocional e o social.
     Em uma proposta pedagógica global como a nossa, há lugar para apreciarmos a proposta de Wallon, pois nos comprometemos a formar para a vida, ensinando de verdade. Vemos o aluno como indivíduo, um ser em formação que exige cuidados e carinho. Temos consciência de que a perfeita formação respeita a pessoa como um todo. Em nossas atividades pedagógicas e eventos, envolvemo-nos com afinco na idéia de que as emoções e o pensamento são elementos essenciais para o perfeito desenvolvimento das crianças.
     Entendendo que a escola guarda para si o compromisso de difusora do conhecimento acumulado, sabemos também da necessidade de atender o indivíduo em aspectos afetivos e individuais. (Claro que reservamo-nos a aspectos que no campo psicopedagógico possam ser geridos por educadores de formação exclusivamente pedagógica, isto é, profissionais com formação exclusiva em técnicas pedagógicas). Dessa forma, a criança desfruta do conhecimento ministrado na escola e preserva seus traços originais de cultura, histórico familiar e relações sociais, e, estando ela no convívio escolar, interage com pessoas diferentes, vivendo em uma diversidade que enriquece a personalidade. Aqui temos novamente a idéia de Wallon, que coloca a escola como propiciador de subsídios para a compreensão maior das condutas individuais das crianças, permitindo assim um melhor conhecimento sobre o seu mundo, para que nossa atuação como educadores seja capaz de agi r para uma formação sólida.
     Texto escrito por José Romero Nobre de Carvalho Nascimento, historiador e diretor geral do COC Maceió e diretor das Faculdades Interativas COC. E-mail: jromero@coc.com.br

sábado, 11 de junho de 2011

ALFABETIZAÇÃO

10 dicas para incentivar o seu filho a ler

Conheça atividades simples - e baratas! - que podem transformar seu filho em um pequeno grande leitor

13/04/2011 17:22
Texto Marina Azaredo
Educar
Foto: Dreamstime
Foto: Leitura desde cedo: incentive seu filho a ter amor pelos livros
Leitura desde cedo: incentive seu filho a ter amor pelos livros
"Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava em um outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro." O relato é de Lygia Bojunga. Quando criança, ela fazia do livro um brinquedo. Já adulta, transformou-se em uma das principais escritoras brasileiras de livros infantis. A história de Lygia ilustra e comprova a teoria de que o contato com os livros desde cedo é importante para incentivar o gosto pela literatura.

Os benefícios da leitura são amplamente conhecidos. Quem lê adquire cultura, passa a escrever melhor, tem mais senso crítico, amplia o vocabulário e tem melhor desempenho escolar, dentre muitas outras vantagens. Por isso, é importante ler e ter contato com obras literárias desde os primeiros meses de vida. Mas como fazer com que crianças em fase de alfabetização se interessem pelos livros? É verdade que, em meio a brinquedos cada vez mais lúdicos e cheios de recursos tecnológicos, essa não é uma tarefa fácil. Mas pequenas ações podem fazer a diferença.

"O comportamento da família influencia diretamente os hábitos da criança. Se os pais leem muito, a tendência natural é que a criança também adquira o gosto pelos livros", afirma Rosane Lunardelli, doutora em Estudos da Linguagem e professora Universidade Estadual de Londrina (UEL). A família tem o papel, portanto de mostrar para a criança que a leitura é uma atividade prazerosa, e não apenas uma obrigação, algo que deve ser feito porque foi pedido na escola, por exemplo. "As crianças precisam ser encantadas pela leitura", diz Lucinea Rezende, doutora em Educação e também professora da UEL.

Para seduzir pela leitura, há diversas atividades que os pais e outros familiares podem colocar em prática com a criança e, assim, fazer do ato de ler um momento divertido. No período da alfabetização - antes dela e um pouco depois também -, especialistas sugerem que se misture a leitura com brincadeira, fazendo, por exemplo, representações da história lida, incentivando a criança a criar os próprios livros e pedindo que a criança ilustre uma história. "Para encantar as crianças pequenas, é essencial brincar com o livro", recomenda Maria Afonsina Matos, coordenadora do Centro de Estudos da Leitura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Maria Afonsina também dá uma dica: nunca reclame dos preços dos livros diante do seu filho. "O livro precisa ser valorizado", diz ela.

Leia a seguir dicas para transformar o seu filho em fase de alfabetização em um pequeno grande leitor:
Para ler, clique nos itens abaixo:
1. Respeite o ritmo do seu filho
Não se preocupe se o livro escolhido pelo seu filho parecer infantil demais. Cada criança tem um ritmo diferente. O importante é que o livro esteja sempre presente. A criança costuma dar sinais quando se sente preparada para passar para um próximo nível de leitura. "É preciso estudar o outro, entender o que ele gosta e respeitar as preferências", afirma Maria Afonsina Matos, coordenadora do Centro de Estudos da Leitura da Uesb.
2. Siga o gosto do seu filho
Talvez o que o seu filho gosta de ler não seja exatamente o que você gostaria que ele lesse. Mas, para adquirir o hábito a leitura, é preciso sentir prazer. Então, se o seu filho prefere ler livros de super-heróis aos clássicos contos de fada, por exemplo, não se preocupe (e nem pense em proibi-lo!). "É importante entender a criança e lhe proporcionar leituras que atendam aos seus desejos", diz Rosane Lunardelli, da UEL.
3. Faça passeios que tragam a leitura para o cotidiano
"Os pais precisam dar possibilidades para que as crianças se sintam envolvidas pela leitura", recomenda Lucinea Rezende, da UEL. Por isso, no seu tempo livre, procure fazer atividades com o seu filho que você possa relacionar com um livro. Uma ida ao zoológico, por exemplo, torna-se muito mais interessante depois que a criança leu um livro sobre o reino animal. E vice-versa: uma leitura sobre animais é mais bacana depois que a criança teve a oportunidade de ver de perto os bichinhos. E, assim como essa, há muitas outras maneiras de juntar passeios de fim de semana com a leitura: livro de experiências + visita a museu de ciências, livro de história + passeio em local histórico, visita a museu de arte + livro infantil sobre arte... As possibilidades são inúmeras!
4. Incentive a leitura antes de dormir
Incentive o seu filho a ler todas as noites. E, se ele ainda não for alfabetizado, conte histórias para ele antes de dormir. Por isso, é importante que ele tenha uma fonte de iluminação direta ao lado da cama, como um abajur. Uma ideia bacana é dar um presente para a criança nos fins de semana: permita que ela fique acordada até um pouco mais tarde para ler na antes de dormir. A professora Maria Afonsina Matos, da Uesb, relata que costumava contar histórias para os seus filhos todas as noites. "Hoje eles são adultos que leem muito", conta.
5. Improvise representações dos livros
"Concluída a leitura de um livro, os pais podem organizar peças de teatro baseadas na obra", sugere Lucinea Rezende, da UEL. Uma boa ideia é convidar outras crianças para participar da atividade. Os adultos podem ajudá-las a elaborar uma espécie de roteiro e pensar nas vestimentas e nos cenários a serem criados. Depois dos ensaios, a peça pode ser apresentada para um grupo de pais ou para toda a família. Também é interessante gravar com o celular ou uma filmadora a encenação da peça, para que depois a criança possa ver o próprio desempenho.
6. "Publique" o livro do seu filho
Proponha para o seu filho que ele faça o próprio livro. "As crianças gostam de criar histórias, viver personagens, imaginar paisagens", diz Maria Afonsina Matos, da Uesb. Primeiro, peça que ele tire fotos (e imprima-as) ou recorte figuras de revistas antigas. Depois, a partir das imagens, peça que ele escreva uma história. Ajude-o a criar uma capa para o livro e, por fim, coloque-o na estante, junto com outros livros. Que criança não adoraria ter um livro de sua autoria na biblioteca de casa?
7. Organize um clube do livro
Convide amigos e colegas de escola do seu filho para uma espécie de festa da leitura. No início, cada criança lê o trecho de um livro que pode até ser escolhido por eles (mas com orientação dos adultos). Depois de lida a obra, organize um debate sobre a história. Tudo isso pode ser feito durante uma tarde de sábado ou domingo, com direito a guloseimas que as crianças adoram, como cachorro-quente e chocolate quente (no fim de semana, pode!). "Na infância, a leitura tem de estar ligada a uma atividade divertida", afirma Rosane Lunardelli, da UEL.
8. Ajude-o a ler melhor
Muitas crianças ficam frustradas por ler muito devagar em voz alta. Se é o caso do seu filho, você pode ajudá-lo fazendo exercícios, como cronometrar o tempo que ele leva para ler um texto ou o trecho de um livro em voz alta. A atividade pode ser repetida várias vezes em dias diferentes e, assim, a criança vai poder comprovar o próprio desenvolvimento. Para aprimorar a atividade, peça que ele faça vozes diferentes para cara personagem da história. "A sonoridade fascina as crianças", explica Lucinea Rezende, da UEL.
9. Não pare de ler para ele
Após a alfabetização, é importante incentivar que a criança leia sozinha, mas isso não significa que você deva parar de ler para ela. Quando um adulto lê em voz alta um livro um pouco mais difícil, a criança é capaz de compreendê-lo, o que provavelmente não aconteceria se ela estivesse lendo sozinha. Abuse das vozes diferentes, dos sons, das entonações. Assim, a história fica muito mais emocionante. Parlendas e músicas, por exemplo, são ideais para serem lidas em voz alta. "Histórias lidas em voz alta e com emoção deixam as crianças mais leves, mais soltas", afirma Maria Afonsina Matos, da Uesb.
10. Frequente livrarias e bibliotecas
"Para adquirir o gosto pela leitura, a criança precisa se familiarizar com o ambiente de leitura", diz Rosane Lunardelli, da UEL. E, enquanto o acervo literário de casa é limitado, nas livrarias e nas bibliotecas a criança pode ter contato com uma infinidade de obras diferentes. Transforme as idas a livrarias, bibliotecas e feiras do livro em um programa de fim de semana. Hoje, nas grandes cidades, muitas livrarias e bibliotecas públicas oferecem atividades específicas para as crianças. E esse programa ainda é de graça. Algumas livrarias, inclusive, têm espaços para leitura (sem que os livros precisem ser comprados!).
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Cinco livros que falam de amor para Milton Hatoum

por: Mariana Queen
Reportagem de Marion Frank
É para ler, ouvindo o bolero “No puedo ser feliz” na voz de Bola de Nieve – a propósito, um dos músicos preferidos do escritor Milton Hatoum. Que faz questão de sugerir um fundo musical para falar de literatura e amor: quem nunca ouviu que faça o favor de navegar atrás da magistral interpretação do pianista (e cantor) cubano. “A letra diz assim, ‘não posso ser feliz… não posso ter consciência e coração’ – mais ambíguo impossível! Os jovens mal sabem do que se trata, mas deviam conhecer…“, comenta Hatoum, 58 anos, dois casamentos (o atual em vigor há doze anos), uma enteada e dois filhos, que assegura às vezes ser possuído por “arroubos românticos – a vida sem enlevo é uma chatice!”.
Ele anda neste momento envolvido na escrita de um romance que, ao contrário dos anteriores (“Relato de um certo Oriente”, “Dois Irmãos” e “Cinzas do Norte”) será ambientado em Paris – e não na Manaus natal. Descendente de libaneses, escritor de prestígio entre os brasileiros habituados a ler, Hatoum se mostra particularmente interessado em sugerir leituras dignas de um Dia dos Namorados. “Uma boa história passional reflete uma experiência rica e complexa… Nossa educação sentimental é conseqüência da experiência de vida e de leitura”, diz ele, com vontade de fazer pensar – e assim alimentar um pouco mais a paixão de ler.

1. Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa
“Li esse romance em 1970, em São Paulo. Guimarães introduz a questão do homossexualismo na obra escrita em 1956 e se coloca assim na vanguarda – basta lembrar como essa questão continua a ser polêmica… Narrada pelo velho jagunço Riobaldo, a história de amor com o seu companheiro de jagunçada, Diadorim, é uma das mais belas e comoventes da nossa literatura. Amor impossível e, ainda assim, verdadeiro, cujo desfecho é surpreendente. ‘Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura’”.

2. Arábia, de James Joyce
“O conto (do livro Dublinenses, publicado em 1914) é uma espécie de iniciação amorosa de um jovem que sonha com seu primeiro amor. O conto é ambientado em Dublin, Irlanda. O título refere-se a uma loja dessa cidade, mas as sílabas da palavra (“Arábia”) remetem o narrador ao encanto oriental. Uma bela narrativa sobre a descoberta do amor, marcada pela frustração – sim, porque o encontro ansiado não acontece.”

3. Uns braços, de Machado de Assis
“Foi um dos primeiros contos machadianos que li na minha juventude, quando ainda morava em Manaus, pertencendo ao livro Várias Histórias, de 1896. Sutil e irônico, o narrador conta a história do amor platônico de um jovem com uma mulher casada. Na prosa de Machado, essa relação erótica é insinuada pelo olhar, sonho e devaneio. Ele fala também sobre o adultério velado, afinal, ela também se interessa pelo jovem – o que, no final do século 19, era uma revolução amorosa…”

4. Mineração do Outro, de Carlos Drummond de Andrade
“Esse grande poema sobre o amor é também um modo de refletir sobre a relação amorosa: ‘Amor é compromisso com algo mais terrível do que o amor? – pergunta o amante curvo à noite cega, e nada lhe responde ante a magia: arder a salamandra em chama fria.’ Está incluído no livro Lição de Coisas, de 1962. Li esse e outros poemas de Drummond quando estudava em Brasília, no final dos anos 60. Drummond vai atrás do entendimento do amor – e não consegue. Um ‘poetaço’, o meu favorito na reflexão do amor”.

5. Amor, de Clarice Lispector
“Faz parte do livro Laços de Família, de 1960. Nesse conto, a protagonista Ana vê um cego mascando chiclete na parada de um bonde. Essa visão gera uma crise na vida existencial e moral dela. ‘Um cego mascando chicles mergulhara o mundo em escura sofreguidão’. A piedade que Ana sente pelo cego é ‘tão violenta como uma ânsia’, e esse olhar compassivo muda o modo de ser da personagem. O amor surge do inesperado e pode perturbar uma vida aparentemente apaziguada. Caberá ao leitor percorrer e imaginar os meandros do sentimento de Ana.”

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Elegendo prioridades

Quantas vezes você já se disse cansado, estressado, desanimado?
Quantas vezes a vida lhe pareceu pesar sobre os ombros, como se
carregasse o mundo e se sentiu quase a soçobrar?
Já se indagou, alguma vez, por que esse seu estado de ânimo?
Você poderá responder que é o cansaço da luta diária, que já
não é tão jovem, que os anos contam na economia do corpo, que as
forças já não são as mesmas, que as lutas recrudesceram.
Tudo isso pode ser verdade, parcialmente. No entanto, por vezes,
elegemos alguns itens como prioritários em nossa vida, sem que
realmente o sejam.
Isso nos remete a um fato que ouvimos e que buscaremos narrar, ao
sabor da nossa própria emoção.
Certo professor costumava reunir, com alguma frequência, seus
alunos, extraclasse, a fim de estreitarem laços de amizade. Sua casa
era, de modo geral, o local onde se encontravam.
Numa dessas oportunidades, os rapazes começaram a falar dos seus
desencantos, do seu cansaço, do estresse de que se sentiam
acometidos.
Todos falavam e a tonalidade era a mesma. Então, o diligente
professor foi até a cozinha e preparou chocolate quente.
O dia estava frio e a bebida era propícia. Trouxe uma grande jarra
com o chocolate quente e a colocou sobre a mesa da sala.
Ao seu redor, colocou canecas de tamanhos, cores e tipos diferentes.
Umas eram grandes, coloridas, bonitas. Algumas de porcelana, outras
de cristal, outras de barro.
Logo, os rapazes, ávidos por beber algo quente, começaram a se
servir, escolhendo as mais caras e vistosas canecas.
E a conversa continuou.
Passado algum tempo, esgotadas as reclamações, tomou a palavra o
professor:
/Jovens, vejo que todos apreciaram o chocolate quente. Vocês se
deram conta de que cada um, de forma rápida, procurou apanhar a
caneca mais bonita, mais preciosa?/
/Embora vocês achem normal desejarem somente as melhores coisas para
si, é aí que está a fonte de seus problemas./
/A caneca não acrescenta nada à qualidade da bebida. Na maioria das
vezes, é apenas mais cara. Às vezes, até esconde o que estamos
bebendo./
/No entanto, o que todos queriam era o chocolate, não é verdade?/
/A caneca é apenas o recipiente, que não tem o condão de alterar a
substância que contém./
/Vejam bem: o chocolate quente é a vida que Deus nos dá. Emprego,
dinheiro e a posição na sociedade são as canecas./
/São ferramentas que fazem parte da vida. As canecas que vocês têm
nas mãos não definem, nem mudam a qualidade de vida que vocês
vivem./
/Às vezes nos concentramos nas canecas, deixamos de saborear o
chocolate quente que Deus nos tem ofertado./
/Lembrem-se de que Deus provê o chocolate. Ele não escolhe a
caneca./
/* * */
Lembremos que as pessoas felizes não são as que têm o melhor de
tudo, mas as que fazem o melhor de tudo que têm.
Pensemos nisso e façamos a eleição das nossas prioridades.

/Redação do Momento Espírita, com base em conto de autoria
ignorada./