Salários Em certa passagem do Evangelho, narra-se uma pregação de João Batista. A multidão interage com o profeta e lhe pede orientações. Em dado momento, alguns soldados perguntam o que devem fazer. João lhes responde que devem contentar-se com o seu soldo e não tratar mal ou defraudar a ninguém. Essa frase tão concisa mostra grande sabedoria. Muita gente se perde em tortuosos labirintos por não entender os problemas da remuneração na vida comum. A busca de ganhos cada vez maiores pode fazer com que a pessoa esqueça os deveres que justificam seu salário atual. Por se sentir injustiçada, arde em inveja de quem ganha mais. Há operários que reclamam a remuneração devida a altos executivos. A ganância costuma lançar um véu sobre a realidade e o ganancioso tudo vê sob uma ótica particular. Ele sempre encontra uma forma de comparar sua situação com a dos outros, em seu favor. Entretanto, não examina seriamente as graves responsabilidades que repousam sobre os ombros dos homens altamente colocados. Muitas vezes, estes se convertem em vítimas da inquietação e da insônia. Suas decisões e ações afetam a vida de incontáveis seres humanos e eles sentem o peso que isso representa. Frequentemente, têm de gastar as horas destinadas ao descanso e à vida familiar em representações sociais. De outro lado, há homens que vendem a paz do lar em troca de maiores ganhos. Abdicam da convivência com os filhos enquanto se entregam a atividades desnecessárias. Muitas vezes, justificam seu proceder com o propósito de dar conforto à família. Contudo, olvidam que o afeto e a educação são os tesouros mais preciosos que podem proporcionar aos seus rebentos. Ao eleger os bens materiais como o objetivo superior da existência, dão exemplos perniciosos. Inúmeras pessoas seguem, da mocidade à velhice, descontentes com seus salários. Apresentam-se ansiosas e descrentes, enfermas e aflitas, por não entenderem as circunstâncias do caminho humano, no que tange ao dinheiro. Não é por demasia de remuneração que a criatura se integrará nos quadros Divinos. Segundo a sabedoria popular, para a grande nau surgirá a grande tormenta. Valorizar cada servidor o seu próprio salário é prova de elevada compreensão, ante a justiça do Todo Poderoso. Para alcançar a paz, o relevante é estar muito atento aos próprios deveres. Trabalhar com honestidade e desenvolver o próprio potencial. Buscar melhoria, progresso e bem-estar, mas sem a angústia da ganância material e sem cobiçar o que é do próximo. Antes de analisar o pagamento da Terra, é preciso se habituar a valorizar as concessões do Céu. Pense nisso.
Pensei neste blog como uma forma de compartilhar com pessoas de meu afeto o mundo cativante da leitura. Mostrando textos interessantes e também sugestões de bons livros.Sintam-se à vontade para também opinar.Obrigada.
Um pôr -do-sol olhando de minha varanda!
quarta-feira, 25 de maio de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
Pois bem, como aquelas teorias não interessam a ninguém, resolvi sugerir os tais
Ah, sim. Alguns deles são baseados em livros, claro. E os resumos/sinopses são tirados desses sites de filmes que tem por aí.
Gênio Indomável
Resumo: Um garoto dotado de grande inteligência mas que vive se metendo em encrenca. Sem família e com pouca educação formal, ele devora livros mas guarda tudo que aprende para si e procura empregos que dispensam qualificação. Um professor do MIT descobre que Will é um gênio e quer o garoto em sua equipe de matemática, mas, como Will tem problemas com a polícia, é preciso fazer um acordo com a justiça. São impostas duas condições: ele tem que trabalhar com o professor e fazer terapia. Sean McGuire (Robin Willians) é o terapeuta chamado para domar o dificíl temperamento do rapaz. Ambos são igualmente teimosos, mas surge uma amizade que convence Will a encarar seu passado e seu futuro.
Uma mente brilhante
Resumo: Baseado no livro A Beautiful Mind: A Biography of John Forbes Nash Jr., de Sylvia Nasar. O filme conta a história real de John Nash que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade. Brilhante, Nash chegou a ganhar o Prêmio Nobel. Diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos, Nash enfrentou batalhas em sua vida pessoal, lutando até onde pôde. Como contraponto ao seu desequilíbrio está Alicia (Jennifer Connelly), uma de suas ex-alunas com quem se casou e teve um filho.
Legalmente Loira
Resumo: A loira Elle Woods levou um fora do namorado, Warner Huntington III, um garoto de família aristocrata que está indo estudar direito em Harvard. O motivo: ela é “loira” demais. Elle decide provar que não tem apenas beleza e se inscreve na mesma universidade, mesmo que isso signifique perder todo o conforto de sua vida fútil. Agora ela tem que lutar e se virar, ao mesmo tempo em que tenta reconquistar seu amado. E está decidida a provar, em nome de todas as loiras, que também é capaz de ser uma boa advogada.
Nenhum a menos
Resumo: As dificuldades encontradas por uma menina de 13 anos quando tem de substituir seu professor, que viaja para ajudar a mãe doente. Antes de partir, ele recomenda à garota que não deixe nenhum aluno abandonar a escola durante sua ausência. Quando um garoto desaparece da escola, a jovem professora descobre que ele deixou o vilarejo em direção à cidade em busca de emprego, para ajudar no sustento da família. Seguindo os conselhos de seu professor, ela vai atrás do aluno.
Ana e o rei
Resumo: Quando a professora inglesa, Anna Leonowens, chega ao exótico Sião para ensinar os filhos do Rei Mongkut, suas sensibilidades ocidentais se chocam com os modos do governante oriental. A tensão aumenta quando Mongkut descobre que forças externas estão conspirando contra seu regime.
Pro dia nascer feliz
Resumo: Documentário sobre as diferentes situações que adolescentes de 14 a 17 anos, ricos e pobres, enfrentam dentro da escola: a precariedade, o preconceito, a violência e a esperança. Foram ouvidos alunos de escolas da periferia de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco e também de dois renomados colégios particulares, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro.
Forest gump
Resumo: Forrest Gump é um homem muito especial. Considerado estúpido por todos que o conheçem, ele é na verdade apenas uma pessoa ingênua que vê o mundo por uma perspectiva diferente. Gump acidentalmente participa de alguns dos momentos mais importantes da história recente dos Estados Unidos – Guerra do Vietnã, Caso Wategate, entre outros – enquanto tenta ir atrás do grande amor de sua vida. Sua história é contada com drama e bom humor em iguais proporções, surpreendendo o espectador a cada cena.
O Amor é contagioso
Resumo: Em 1969, após tentar se suicidar, Hunter Adams voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar outros internos, descobre que deseja ser médico, para poder ajudar as pessoas. Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade de medicina. Seus métodos poucos convencionais causam inicialmente espanto, mas aos poucos vai conquistando todos, com exceção do reitor, que quer arrumar um motivo para expulsá-lo, apesar dele ser o primeiro da turma.
Duelo de Titãs
Resumo: Nos anos 70, numa cidade da Virgínia, a justiça determinou que as escolas deveriam promover a integração entre brancos e negros. Cumprindo a norma, a escola T.C. Williams substituiu o treinador de futebol americano Bill Yoast, branco, por Herman Boone, negro. Além de não ser bem recebido, o novo treinador tem que lidar com jovens que estão juntos pela primeira vez e que, por preconceito racial, não se dão bem. Mais do que o esporte, o racismo é o maior desafio que Boone enfrenta para levar o time adiante.
Cidade dos homens
Resumo: Aos 18 anos, Laranjinha e Acerola estão prestes a ingressar na vida adulta. Questões como filhos, mulheres e emprego, bem como as responsabilidades relacionadas a esses assuntos, permeiam as aventuras dessa dupla de amigos que mora na favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.
O clube do imperador
Resumo: Baseado no texto The Palace Thief, de Ethan Canin, O Clube do Imperador conta a história de William Hundert, um professor apaixonado pelo trabalho que tem sua vida pacata e controlada totalmente mudada quando um novo estudante, Sedgewick Bell, chega à escola. Porém, o que começa como uma terrível guerra de egos acaba se transformando em uma profunda amizade entre professor e aluno, a qual terá reflexos na vida de ambos nos próximos anos.
Sociedade dos poetas mortos
Resumo: Em 1959, John Keating volta ao tradicionalíssimo internato Welton Academy, onde foi um aluno brilhante, para ser o novo professor de Inglês. No ambiente soturno da respeitada escola, Keating torna-se uma figura polêmica e mal vista, pois acende nos alunos a paixão pela poesia e pela arte e a rebeldia contra as convenções sociais. Os estudantes, empolgados, ressuscitam a Sociedade dos Poetas Mortos, fundada por Keating em seu tempo de colegial e dedicada ao culto da poesia, do mistério e da amizade. A tensão entre disciplina e liberdade vai aumentando, os pais dos alunos são contra os novos ideais que seus filhos descobriram, e o conflito leva à tragédia.
Com mérito
Resumo: Monty é um estudante de Harvard prestes a se formar. Quando seu computador quebra, ele fica apenas com uma cópia impressa de seu trabalho de graduação e corre pra tirar uma cópia, mas tropeça e o calhamaço cai no porão de um prédio. Ali se abriga o mendigo Simon, que pega o trabalho e chantagea Monty: para cada página do trabalho, ele quer um dia de casa e comida. E assim Monty e seus companheiros de república são forçados a conviver com Simon, um relacionamento que aos poucos se transforma em amizade. O mendigo está doente, teme morrer logo e começa a rever os erros de sua vida. E pode não ser culto, mas é capaz de ensinar algumas coisas sobre a vida para estes estudantes de Harvard.
O Nome da Rosa
Resumo: Adaptação do livro de Umberto Eco. Sean Connery faz o Sherlock Holmes dos monges, tentando solucionar uma série de assassinatos ocorridos num mosteiro do século XIV.
Meu mestre minha vida
Resumo: Arrogante e autoritário, o professor Joe Clark é convidado por seu amigo Frank Napier a assumir o cargo de diretor na problemática escola em Paterson, New Jersey, de onde ele havia sido demitido. Com seus métodos nada ortodoxos, Joe se propõe a fazer uma verdadeira revolução no colégio marcado pelo consumo de drogas, disputas entre gangues e considerado o pior da região. Com isso, ele ao mesmo tempo coleciona admiradores e também muitos inimigos.
Perfume de mulher
Resumo: Frank Slade é um ex-coronel do exército cego que leva o jovem estudante Charlie Simms para um final de semana em Nova York, no feriado de Ação de Graças. Durante a viagem, Frank revela ao jovem Charlie seus planos: visitar sua família, comer em bons restaurantes, dormir com uma bela mulher e, depois de tudo, cometer suicídio. O filme acompanha os dois durante o fim de semana, quando situações emocionantes os ensinam sobre os relacionamentos e significados da vida.
Em luta pelo amor
Resumo :Vida da cortesã veneziana do século XVI, Verônica Franco, lendária por seus dotes verbais e sexuais e habilidade para virar as cabeças de diplomatas estrangeiros. Sua busca insistente pelo amor do nobre Marco Venier, uma iminente epidemia e a perseguição da Igreja são as ameças de sua ruína.
Escritores da liberdade
Resumo: Erin Gruwell é uma jovem professora que leciona em uma pequena escola de um bairro periférico nos EUA. Por meio de relatos de guerra, ela ensina seus alunos os valores da tolerância e da disciplina, realizando uma reforma educacional em toda a comunidade.
A Voz do coração
Resumo: Ao receber a notícia do falecimento da mãe, o reconhecido maestro Pierre Morhange volta para casa. Lá, ele recorda sua infância por meio da leitura das páginas de um diário mantido por seu antigo professor de música, Clément Mathieu. Na década de 40, o pequeno Pierre é um menino rebelde, filho da mãe solteira Violette. Ele freqüenta um internato dirigido pelo inflexível Rachin, que enfrenta dificuldades para manter a disciplina dos alunos difíceis. Mas a chegada do professor Mathieu traz nova vida ao lugar: ele organiza um coro que promove a descoberta do talento musical de Pierre.
Vem dançar
Resumo: Pierre Dulaine é um dançarino profissional que resolve trabalhar voluntariamente numa escola de dança do sistema de ensino público nova-iorquino. Enquanto sua formação bate de frente com os desejos de seus alunos, juntos eles criam um novo estilo de dança. Baseado em história real.
Conrack
Resumo: Um homem branco chega em uma ilha quase inteiramente habitada por negros, com o objetivo de dar aulas na escola local. Lá ele enfrenta resistências para poder dar uma educação melhor aos seus alunos.
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1. Escolha uma hora bem calma
2. Faça da leitura um prazer
3. Mantenha o fluxo
Se ele pronunciar uma palavra errada, não interrompa imediatamente. Ao invés disso, dê a oportunidade para autocorreção. É melhor ensinar algumas palavras desconhecidas para manter o fluxo e o entendimento da frase do que insistir em fazê-lo pronunciar o som exato das letras.4. Seja positivo
Se a criança diz algo quase certo no início de uma frase, tudo bem. Não diga “Não, está errado”, mas sim “Vamos ler isso aqui juntos” e dê ênfase às palavras quando pronunciá-las. Aumente a confiança da criança com dizeres positivos a cada pequena melhoria que ela conseguir. “– Muito bom! Você aprende rápido!” “– Certo! Você é muito inteligente” etc.5. Sucesso é a chave
Pais ansiosos para que seus filhos progridam podem, erroneamente, dar livros muito difíceis. Isso pode causar o efeito oposto ao que eles estão esperando. Lembre-se “Nada faz tanto sucesso quanto o sucesso”. Até que seu filho tenha adquirido mais confiança, é melhor continuar com livros fáceis. Pressioná-lo com um livro com muitas palavras desconhecidas não vai ajudar, muito pelo contrário. Não haverá fluxo, o texto não vai ser entendido e provavelmente a criança vai se tornar relutante com a leitura. Então dê prioridade a livros de acordo com a faixa etária de seu filho.6. Visite a Biblioteca
Encorage seu filho a retirar livros na biblioteca pública. Leve-o até lá e mostre, com calma, tudo que ele precisa.7. Pratique regularmente
Tente ler com seu filho todos os dias da semana. Pouco, mas frequentemente é a melhor estratégia. Os professores da escola têm um tempo limitado para ajudar individualmente a leitura dos alunos.8. Converse com o pimpolho
Provalvemente seu filho tem um dia de leitura na escola (Se não tem, vá lá e faça com que tenha, ora). Sempre converse com ele e faça comentários positivos. Assim a criança vê que você está interessado em seu progresso e que você valoriza a leitura.9. Fale sobre os livros
Ser um bom leitor é muito mais do que simplesmente ler palavras corretamente. O mais importante é entender e refletir sobre o que está lendo. Sempre fale com seu filho sobre o livro, sobre as figuras, sobre as personagens, como ele acha que vai ser o final da história, sua parte favorita etc. Assim você vai ver como está o entendimento dele e poderá ajudá-lo a desenvolver uma boa interpretação.10. Varie sempre
Lembre que as crianças precisam experimentar vários materiais de leitura. Por exemplo, livros só de figuras, quadrinhos, revistas, poemas e até os jornais (mostre a ele a parte com palavras cruzadas e, claro, as tirinhas e charges).Para quem ainda não acredita no potencial das crianças como leitoras, saiba que elas são experts em comentar livros infantis.
E você? Que métodos tem usado para estimular seus filhos (ou alunos, porque não?) a gostarem de ler?
Traduzido e (muito) adaptado de TopMarks
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Atenção ao idoso
Dona Marlene era uma senhora alegre, ativa, independente e muito
lúcida. Aos oitenta anos, apresentava algumas limitações físicas
compatíveis com a idade.
As dores articulares, provocadas pelo desgaste natural e consequente
artrose, a incomodavam diariamente, mas nada que lhe diminuísse o
entusiasmo.
Vibrava com cada conquista pessoal e profissional dos filhos e netos.
Novos empreendimentos, cursos, especializações, casamentos, uma nova
gravidez na família. Tudo era motivo para seus olhos brilharem de
alegria.
Morava com uma das filhas e sua casa era muito bem cuidada. Sempre
limpa, arrumada, arejada e repleta de porta-retratos, onde cada
fotografia contava uma história.
Certo dia, durante uma caminhada de rotina, a senhora sofreu uma
queda que resultou em uma fratura articular, necessitando ser
submetida a cirurgia
Após a alta hospitalar, por recomendação médica, ela precisaria
ficar um período em repouso, pois levaria algum tempo para voltar a
caminhar com independência.
Os filhos acharam que a melhor solução seria encaminhá-la a uma
Casa de Apoio para Idosos. A justificativa era de que ela necessitava
de cuidados especiais, para os quais a família não estava
devidamente preparada.
Já instalada na Casa de Apoio, dona Marlene recebeu a visita de uma
jovem amiga, que a encontrou acamada, totalmente dependente.
Durante a conversa, ela dizia que sentia falta da sua casa, dos
objetos pessoais, da presença da família, enfim, do seu alegre
cantinho.
Com o tempo, ela voltou a caminhar. Aos poucos, apesar da fragilidade
física, foi se tornando novamente independente. Uma das filhas a
visitava semanalmente, mas não falava em levá-la de volta ao seu
lar.
Nas visitas periódicas, a amiga foi percebendo que a senhora deixara
de falar em voltar para casa. Percebeu também a tristeza que lhe ia
na alma.
Tinha certeza que dona Marlene não falava no assunto porque no fundo
se envergonhava da situação de abandono.
Nas poucas vezes em que se referia à amada família, justificava de
várias formas a dificuldade que seria se ela voltasse para casa.
Dizia que a família não poderia assisti-la, pois todos tinham seus
compromissos pessoais.
Em verdade, seus lábios diziam palavras que seu coração não
compreendia. No lugar daquele olhar alegre e doce, antes cheio de
brilho, surgiu um olhar triste, sem vida, que refletia solidão e
abandono.
Não era necessário ter muita sensibilidade para perceber que, por
dentro, ela morria a cada dia. Que a esperança de voltar para o seio
da família ia embora e junto ia também a vontade de viver.
Passado algum tempo, devido a uma determinada complicação de
saúde, tornou a ser hospitalizada. Seu organismo cansado,
enfraquecido pela dor maior da solidão, não resistiu. Ela havia
desistido de viver.
* * *
Algumas famílias necessitam contar com o apoio das instituições
especializadas para cuidar dos seus idosos.
É uma difícil decisão e se justifica, em muitos casos.
É compreensível então, contar com tal recurso, enquanto se
necessita cumprir nossos deveres profissionais e familiares.
Essa atitude não significa abandoná-los.
O importante é se fazer presente, levando amor e carinho, pois nada
justifica a desatenção e o desamparo.
Pensemos nisso.
/Redação do Momento Espírita./
Dona Marlene era uma senhora alegre, ativa, independente e muito
lúcida. Aos oitenta anos, apresentava algumas limitações físicas
compatíveis com a idade.
As dores articulares, provocadas pelo desgaste natural e consequente
artrose, a incomodavam diariamente, mas nada que lhe diminuísse o
entusiasmo.
Vibrava com cada conquista pessoal e profissional dos filhos e netos.
Novos empreendimentos, cursos, especializações, casamentos, uma nova
gravidez na família. Tudo era motivo para seus olhos brilharem de
alegria.
Morava com uma das filhas e sua casa era muito bem cuidada. Sempre
limpa, arrumada, arejada e repleta de porta-retratos, onde cada
fotografia contava uma história.
Certo dia, durante uma caminhada de rotina, a senhora sofreu uma
queda que resultou em uma fratura articular, necessitando ser
submetida a cirurgia
Após a alta hospitalar, por recomendação médica, ela precisaria
ficar um período em repouso, pois levaria algum tempo para voltar a
caminhar com independência.
Os filhos acharam que a melhor solução seria encaminhá-la a uma
Casa de Apoio para Idosos. A justificativa era de que ela necessitava
de cuidados especiais, para os quais a família não estava
devidamente preparada.
Já instalada na Casa de Apoio, dona Marlene recebeu a visita de uma
jovem amiga, que a encontrou acamada, totalmente dependente.
Durante a conversa, ela dizia que sentia falta da sua casa, dos
objetos pessoais, da presença da família, enfim, do seu alegre
cantinho.
Com o tempo, ela voltou a caminhar. Aos poucos, apesar da fragilidade
física, foi se tornando novamente independente. Uma das filhas a
visitava semanalmente, mas não falava em levá-la de volta ao seu
lar.
Nas visitas periódicas, a amiga foi percebendo que a senhora deixara
de falar em voltar para casa. Percebeu também a tristeza que lhe ia
na alma.
Tinha certeza que dona Marlene não falava no assunto porque no fundo
se envergonhava da situação de abandono.
Nas poucas vezes em que se referia à amada família, justificava de
várias formas a dificuldade que seria se ela voltasse para casa.
Dizia que a família não poderia assisti-la, pois todos tinham seus
compromissos pessoais.
Em verdade, seus lábios diziam palavras que seu coração não
compreendia. No lugar daquele olhar alegre e doce, antes cheio de
brilho, surgiu um olhar triste, sem vida, que refletia solidão e
abandono.
Não era necessário ter muita sensibilidade para perceber que, por
dentro, ela morria a cada dia. Que a esperança de voltar para o seio
da família ia embora e junto ia também a vontade de viver.
Passado algum tempo, devido a uma determinada complicação de
saúde, tornou a ser hospitalizada. Seu organismo cansado,
enfraquecido pela dor maior da solidão, não resistiu. Ela havia
desistido de viver.
* * *
Algumas famílias necessitam contar com o apoio das instituições
especializadas para cuidar dos seus idosos.
É uma difícil decisão e se justifica, em muitos casos.
É compreensível então, contar com tal recurso, enquanto se
necessita cumprir nossos deveres profissionais e familiares.
Essa atitude não significa abandoná-los.
O importante é se fazer presente, levando amor e carinho, pois nada
justifica a desatenção e o desamparo.
Pensemos nisso.
/Redação do Momento Espírita./
domingo, 15 de maio de 2011
Eu , modo de usar...
Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar.
Matha Medeiros
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar.
Matha Medeiros
Serenata de Adélia Prado
Uma noite de lua pálida e gerânios
ele virá com a boca e mão incríveis
tocar flauta no jardin.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela,se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa
Uma noite de lua pálida e gerânios
ele virá com a boca e mão incríveis
tocar flauta no jardin.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela,se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa
O ano é 2.209 D.C. - ou seja, daqui a duzentos anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:
– Vovô, por que o mundo está acabando?
A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:
– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
– Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
– E como foi que eles desapareceram, vovô?
– Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.
Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.
Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.
Ah, mas teve um fator chave nessa história toda. Teve uma época longa chamada ditadura, quando os milicos colocaram os professores na alça de mira e quase acabaram com eles, que foram perseguidos, aposentados, expulsos do país, em nome do combate aos subversivos e à instalação de uma república sindical no país. Eles fracassaram, porque a tal da república sindical se instalou, os tais subversivos tomaram o poder, implantaram uma tal de “educação libertadora” que ninguém nunca soube o que é, fizeram a aprovação automática dos alunos com apoio dos políticos... Foi o tiro de misericórdia nos professores. Não sei o que foi pior – os milicos ou os tais dos subversivos.
– Não conheço essa palavra. O que é um milico, vovô?
– Era, meu filho, era, não é. Também não existem mais...
– Vovô, por que o mundo está acabando?
A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:
– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
– Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
– E como foi que eles desapareceram, vovô?
– Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.
Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.
Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.
Ah, mas teve um fator chave nessa história toda. Teve uma época longa chamada ditadura, quando os milicos colocaram os professores na alça de mira e quase acabaram com eles, que foram perseguidos, aposentados, expulsos do país, em nome do combate aos subversivos e à instalação de uma república sindical no país. Eles fracassaram, porque a tal da república sindical se instalou, os tais subversivos tomaram o poder, implantaram uma tal de “educação libertadora” que ninguém nunca soube o que é, fizeram a aprovação automática dos alunos com apoio dos políticos... Foi o tiro de misericórdia nos professores. Não sei o que foi pior – os milicos ou os tais dos subversivos.
– Não conheço essa palavra. O que é um milico, vovô?
– Era, meu filho, era, não é. Também não existem mais...
Reunião de Pais: Lidando com Pais mal educados !
É sabido que cabe a família ensinar valores, boas maneiras, oferecer um ambiente adequado do ponto de vista material, emocional , moral e psicológico. No entanto cada vez mais a geração anterior transmite cada vez menos para a geração seguinte. Afinal ninguém pode dar o que não tem, e também não pode ensinar o que não aprendeu.
Infelizmente, o reflexo desta situação é visível na nossa sociedade e principalmente dentro das nossas salas de aula. São alunos que tratam os Professores de modo abusivo e desrespeitoso utilizando linguajar rude e ofensivo, e até, em muitos casos, partindo para a agressão física.
Mas, o que dizer quando somos tratados desse modo pelos próprios Pais ? Quando somos desrespeitados por uma criança ou adolescente já é por demais desgastante, o que dizer então quando é o próprio adulto, o responsável por esse aluno, a usar de sua autoridade (?) de pai/mãe e achar que pode desrespeitar e agredir um Professor ?
Adultos que agem desta forma chamo de pessoas tóxicas, pois contaminam o ambiente onde estão e infelizmente, se não forem chamadas a razão contaminam quem estiver a sua volta também. Isso é algo danoso, principalmente em uma Reunião de Pais. Quando o bimestre termina, muitos Professores já se consomem em pensar ter de lidar com esses pais “tóxicos”.
Por isso aqui vão algumas situações que esses pais criam e como contorná-las ou resolvê-las:
01. Pai chega antes da reunião começar e quer ser atendido naquele momento, pois tem um compromisso urgente e não pode ficar para a Reunião
Sugestão: Professor informa que tem uma pauta a cumprir, assim não será possível fazer uma reunião individual naquele momento, porém verificará durante a semana qual o dia e horário em que poderá disponibilizar para este atendimento e avisará o Pai/Mãe.
02. Pai fica instigando outros Pais durante a reunião para também fazerem reclamações.
Sugestão 1: Coloque a Pauta da Reunião no Quadro Negro e disponibilize um momento para perguntas, ou então esclareça que cada um terá um momento individual para fazer as colocações que precisarem.
Sugestão 2: Quando o Pai que está tumultuando começar a fazer as reclamações, corte no mesmo instante dizendo “ Por favor, aguarde que quando conversarmos em particular podemos abordar este assunto” ou ainda “ como não cabe a mim resolver esta questão, depois anotarei suas sugestões e enviarei a Coordenação que posteriormente lhe dará um retorno”.
03. Pai contesta tudo o que o Professor diz, testando a paciência do Professor
Sugestão: O Professor deve manter-se calmo e controlado e sugerir ao Pai o seguinte “ Já que o senhor/senhora apresenta muitas dúvidas referente a muitos assuntos, é melhor que seja agendado um horário fora desta reunião para esclarecermos estas questões”, ou ainda “ As respostas para estas questões já foram abordadas em reuniões anteriores, como observei que o senhor não compareceu, ficarei feliz em agendar um outro horário para esclarecer”.
04. Pai que esbraveja e se nega a falar com Professor, só aceita falar com o Diretor ou Coordenador, demonstrando que o Professor não tem o preparo para resolver.
Sugestão: O Professor deve permanecer calmo, olhar fixamente para o pai e dizer educadamente “ Como o senhor está alterado no momento, deixaremos para resolver esta questão em outra hora, com sua licença “, vire as costas e atenda outro Pai, ou ainda “ Este assunto quem responde sou eu, no entanto como o senhor está alterado no momento, agendarei uma data para conversarmos, se após a nossa conversa o senhor ainda achar que o assunto não foi solucionado então levarei o caso até a Coordenação”.
05. Pai leva a criança, e na frente do filho desautoriza as ações do Professor, fazendo-o passar por incompetente.
Sugestão : Corte logo a fala do pai com a seguinte frase: “ Não é adequado fazer essas colocações na frente do seu filho, assim, sugiro conversarmos outra hora a sós, onde poderei esclarecer todos os fatos. Terça feira às 10 horas está bom para a senhora? ”
06. Pai que usa a Reunião para expor o problema do filho e mostrar seu descontentamento com o Professor, atribuindo-lhe toda a responsabilidade da questão.
Sugestão: O Professor deve deixar claro logo no início da Reunião de Pais que a reunião tratará do rendimento escolar do aluno, e que questões particulares envolvendo indisciplina, comportamento, etc deverão ser tratadas individualmente em outro dia e horário, bastando para isso que o pai faça o agendamento com o Professor e/ou Coordenação.
Tomando esta precaução o Professor não deixa abertura para que determinados Pais monopolizem a Reunião com os seus problemas particulares, dando assim a todos, a chance de participarem.
07. Pai que chega atrasado na Reunião e quer passar na frente de todos, e toma todo o tempo da Reunião
Sugestão: Logo no início da Reunião deixe claro que o atendimento individual obedecerá a ordem de chegada. Assim se você tem 35 alunos, faça cartões numerados de 1 a 35 e vá entregando para cada pai que entrar na sala. Desta forma fica justo o atendimento, pois o Professor está apenas seguindo a ordem. Se o pai insistir, sugira que ele agende outro horário.
08. Pai que ao ouvir algum comentário negativo do filho, logo vem com quatro pedras na mão usando de alegações depreciativas ou infundadas para com o Professor, pois não aceita que o filho seja chamado a atenção.
Sugestão: Quanto as alegações depreciativas você pode responder com a seguinte frase: “ Estou lhe tratando educadamente, assim não há motivos para que eu seja tratada com desrespeito, quando a senhora se acalmar e desejar pedir desculpas, ficarei feliz em agendar um horário para conversarmos”.
Quanto as alegações infundadas a frase ideal é: “ Como a senhora está levantando acusações muito graves, o ideal é em outro momento reunirmos todos os envolvidos para confrontarmos essas afirmações “ . Dito isso você pode sugerir um dia e horário, ou verificar junto a Coordenação e depois informar para os pais.
09. Pai que usa a Reunião para fazer comparações entre a Professora atual e a Professora anterior.
É mais comum do que se imagina os Pais lançarem farpas durante uma Reunião para desestabilizar o equilíbrio e a harmonia do ambiente, geralmente fazem isso atacando a competência do Professor fazendo comparações com outros Professores.
Sugestão 1: A saída mais elegante e incisiva é concordar e discorrer sobre as suas credenciais profissionais. “ De fato, a senhora tem razão a Professora Joana é muito competente e experiente. Sendo assim, é meu dever relatar um pouco da minha trajetória profissional para que vocês possam conhecer-me melhor e o tipo de trabalho que desenvolvo com os alunos “
Sugestão 2: Levar para a reunião dinâmicas visando trabalhar que no mundo não há nenhuma pessoa igual a outra, cada um tem sua individualidade, talentos e jeito de ser. E essa diversidade faz bem, pois nós adultos, as crianças e jovens aprendemos a lidar com situações novas e com isso amadurecemos nos nossos relacionamentos.
Sugestão 3: Mostre aos Pais o Portfólio do aluno com atividades de Antes e Depois . Assim se o Joãozinho estava com dificuldades em Matemática, mostre que você criou algumas abordagens e atividades diferenciadas e o Joãozinho conseguiu superar. Assim os Pais verão que você, assim como a Professora anterior, também se importa e já está ajudando os alunos.
10. Pai que chega quando faltam 5 minutos para a reunião terminar e quer ser atendido de qualquer maneira.
Sugestão: Se você puder atender, deixe claro até que horário você poderá ficar: “ Sr.João, como o senhor chegou no final da reunião, só poderei atender por mais 10 minutos, após este horário tenho compromisso”
Ou ainda “ Sr.João a reunião já está finalizando e não teremos tempo suficiente para conversar, assim sugiro agendarmos nossa conversa para 2ª. feira as 9 horas, tudo bem para o senhor ? “
Lembre-se: jamais aceite ser tratada de forma desrespeitosa por quem quer que seja, jamais, entre no chamado bate-boca com confrontações verbais ou físicas. Educadamente, deixe claro seu desprezo por atitudes desse tipo e recuse-se a ouvir impropérios. Seja por telefone ou pessoalmente ,deixe claro que você só voltará a discutir o assunto quando todos os envolvidos estiverem calmos e contidos, pois com os ânimos exaltados a conversa nunca é civilizada e o bom senso sempre fica comprometido.
Retirado de S.O.S. PROFESSOR:
http://www.sosprofessor
Infelizmente, o reflexo desta situação é visível na nossa sociedade e principalmente dentro das nossas salas de aula. São alunos que tratam os Professores de modo abusivo e desrespeitoso utilizando linguajar rude e ofensivo, e até, em muitos casos, partindo para a agressão física.
Mas, o que dizer quando somos tratados desse modo pelos próprios Pais ? Quando somos desrespeitados por uma criança ou adolescente já é por demais desgastante, o que dizer então quando é o próprio adulto, o responsável por esse aluno, a usar de sua autoridade (?) de pai/mãe e achar que pode desrespeitar e agredir um Professor ?
Adultos que agem desta forma chamo de pessoas tóxicas, pois contaminam o ambiente onde estão e infelizmente, se não forem chamadas a razão contaminam quem estiver a sua volta também. Isso é algo danoso, principalmente em uma Reunião de Pais. Quando o bimestre termina, muitos Professores já se consomem em pensar ter de lidar com esses pais “tóxicos”.
Por isso aqui vão algumas situações que esses pais criam e como contorná-las ou resolvê-las:
01. Pai chega antes da reunião começar e quer ser atendido naquele momento, pois tem um compromisso urgente e não pode ficar para a Reunião
Sugestão: Professor informa que tem uma pauta a cumprir, assim não será possível fazer uma reunião individual naquele momento, porém verificará durante a semana qual o dia e horário em que poderá disponibilizar para este atendimento e avisará o Pai/Mãe.
02. Pai fica instigando outros Pais durante a reunião para também fazerem reclamações.
Sugestão 1: Coloque a Pauta da Reunião no Quadro Negro e disponibilize um momento para perguntas, ou então esclareça que cada um terá um momento individual para fazer as colocações que precisarem.
Sugestão 2: Quando o Pai que está tumultuando começar a fazer as reclamações, corte no mesmo instante dizendo “ Por favor, aguarde que quando conversarmos em particular podemos abordar este assunto” ou ainda “ como não cabe a mim resolver esta questão, depois anotarei suas sugestões e enviarei a Coordenação que posteriormente lhe dará um retorno”.
03. Pai contesta tudo o que o Professor diz, testando a paciência do Professor
Sugestão: O Professor deve manter-se calmo e controlado e sugerir ao Pai o seguinte “ Já que o senhor/senhora apresenta muitas dúvidas referente a muitos assuntos, é melhor que seja agendado um horário fora desta reunião para esclarecermos estas questões”, ou ainda “ As respostas para estas questões já foram abordadas em reuniões anteriores, como observei que o senhor não compareceu, ficarei feliz em agendar um outro horário para esclarecer”.
04. Pai que esbraveja e se nega a falar com Professor, só aceita falar com o Diretor ou Coordenador, demonstrando que o Professor não tem o preparo para resolver.
Sugestão: O Professor deve permanecer calmo, olhar fixamente para o pai e dizer educadamente “ Como o senhor está alterado no momento, deixaremos para resolver esta questão em outra hora, com sua licença “, vire as costas e atenda outro Pai, ou ainda “ Este assunto quem responde sou eu, no entanto como o senhor está alterado no momento, agendarei uma data para conversarmos, se após a nossa conversa o senhor ainda achar que o assunto não foi solucionado então levarei o caso até a Coordenação”.
05. Pai leva a criança, e na frente do filho desautoriza as ações do Professor, fazendo-o passar por incompetente.
Sugestão : Corte logo a fala do pai com a seguinte frase: “ Não é adequado fazer essas colocações na frente do seu filho, assim, sugiro conversarmos outra hora a sós, onde poderei esclarecer todos os fatos. Terça feira às 10 horas está bom para a senhora? ”
06. Pai que usa a Reunião para expor o problema do filho e mostrar seu descontentamento com o Professor, atribuindo-lhe toda a responsabilidade da questão.
Sugestão: O Professor deve deixar claro logo no início da Reunião de Pais que a reunião tratará do rendimento escolar do aluno, e que questões particulares envolvendo indisciplina, comportamento, etc deverão ser tratadas individualmente em outro dia e horário, bastando para isso que o pai faça o agendamento com o Professor e/ou Coordenação.
Tomando esta precaução o Professor não deixa abertura para que determinados Pais monopolizem a Reunião com os seus problemas particulares, dando assim a todos, a chance de participarem.
07. Pai que chega atrasado na Reunião e quer passar na frente de todos, e toma todo o tempo da Reunião
Sugestão: Logo no início da Reunião deixe claro que o atendimento individual obedecerá a ordem de chegada. Assim se você tem 35 alunos, faça cartões numerados de 1 a 35 e vá entregando para cada pai que entrar na sala. Desta forma fica justo o atendimento, pois o Professor está apenas seguindo a ordem. Se o pai insistir, sugira que ele agende outro horário.
08. Pai que ao ouvir algum comentário negativo do filho, logo vem com quatro pedras na mão usando de alegações depreciativas ou infundadas para com o Professor, pois não aceita que o filho seja chamado a atenção.
Sugestão: Quanto as alegações depreciativas você pode responder com a seguinte frase: “ Estou lhe tratando educadamente, assim não há motivos para que eu seja tratada com desrespeito, quando a senhora se acalmar e desejar pedir desculpas, ficarei feliz em agendar um horário para conversarmos”.
Quanto as alegações infundadas a frase ideal é: “ Como a senhora está levantando acusações muito graves, o ideal é em outro momento reunirmos todos os envolvidos para confrontarmos essas afirmações “ . Dito isso você pode sugerir um dia e horário, ou verificar junto a Coordenação e depois informar para os pais.
09. Pai que usa a Reunião para fazer comparações entre a Professora atual e a Professora anterior.
É mais comum do que se imagina os Pais lançarem farpas durante uma Reunião para desestabilizar o equilíbrio e a harmonia do ambiente, geralmente fazem isso atacando a competência do Professor fazendo comparações com outros Professores.
Sugestão 1: A saída mais elegante e incisiva é concordar e discorrer sobre as suas credenciais profissionais. “ De fato, a senhora tem razão a Professora Joana é muito competente e experiente. Sendo assim, é meu dever relatar um pouco da minha trajetória profissional para que vocês possam conhecer-me melhor e o tipo de trabalho que desenvolvo com os alunos “
Sugestão 2: Levar para a reunião dinâmicas visando trabalhar que no mundo não há nenhuma pessoa igual a outra, cada um tem sua individualidade, talentos e jeito de ser. E essa diversidade faz bem, pois nós adultos, as crianças e jovens aprendemos a lidar com situações novas e com isso amadurecemos nos nossos relacionamentos.
Sugestão 3: Mostre aos Pais o Portfólio do aluno com atividades de Antes e Depois . Assim se o Joãozinho estava com dificuldades em Matemática, mostre que você criou algumas abordagens e atividades diferenciadas e o Joãozinho conseguiu superar. Assim os Pais verão que você, assim como a Professora anterior, também se importa e já está ajudando os alunos.
10. Pai que chega quando faltam 5 minutos para a reunião terminar e quer ser atendido de qualquer maneira.
Sugestão: Se você puder atender, deixe claro até que horário você poderá ficar: “ Sr.João, como o senhor chegou no final da reunião, só poderei atender por mais 10 minutos, após este horário tenho compromisso”
Ou ainda “ Sr.João a reunião já está finalizando e não teremos tempo suficiente para conversar, assim sugiro agendarmos nossa conversa para 2ª. feira as 9 horas, tudo bem para o senhor ? “
Lembre-se: jamais aceite ser tratada de forma desrespeitosa por quem quer que seja, jamais, entre no chamado bate-boca com confrontações verbais ou físicas. Educadamente, deixe claro seu desprezo por atitudes desse tipo e recuse-se a ouvir impropérios. Seja por telefone ou pessoalmente ,deixe claro que você só voltará a discutir o assunto quando todos os envolvidos estiverem calmos e contidos, pois com os ânimos exaltados a conversa nunca é civilizada e o bom senso sempre fica comprometido.
Retirado de S.O.S. PROFESSOR:
http://www.sosprofessor
Resenha do livro "A última música"
O livro conta a história de Ronnie, uma garota aparentemente rebelde, com mechas roxas no cabelo, roupas e esmaltes pretos, que briga com a mãe, que vive em baladas, enfim, alguém que quer chocar, certo? Errado.
Na verdade ela é uma menina meiga e amorosa, que protege o irmão, é paciente e carinhosa com os outros, é muito sensata, não come carne por que tem pena dos animais, protege tartarugas bebês, enfim... O tipo de menina que queríamos que nossas filhas se tornassem quando crescessem...
Só que quando ela chega na cidade para reencontrar o pai ela está magoada, e demora um pouco pra perdoar. O menino pelo qual ela se apaixona também é incrível. Ele sabe que ela é especial,única. é sempre doce com ela.
Esse livro, na verdade, trata de amor e perdão. Vários tipos de amor: Amor entre irmãos, entre pais e filhos, entre amigos, entre casais e, entre o ser humano e Deus.
O perdão também aparece em todas as suas variações, inclusive na de perdoarmos a nós mesmos. Não é um livro pra quem gosta de ação e aventura, mas sim uma exaltação ao amor, à paciência, À amizade e, principalmente, ao perdão.
Esse livro é realmente lindo. Ele é suave, mas mexe com os sentimentos. Chorei muito, e refleti mais ainda.
Quando vi a sinopse, achei que seria masi um romance água com açúcar. Mas ele realmente me surpreendeu. Me fez chorar, me fez refletir sobre minha relação com minha família, sobre o que pensava sobre minha infância e a separação de meus pais e, principalmente, sobre o que penso sobre Deus. Recomendadíssimo!!!
Pensar, ler e escrever
Quando se escreve ou quando se fala, é com o fim de comunicar algo; portanto na construção de textos na sala de aula é necessário primeiro que os alunos aprendam a pensar.
Para iniciar nossa pesquisa, apresentaremos as definições de: - texto, redação, contexto, coerência, coesão, estrutura e a importância de saber gramática. Para ensinar tudo isso, é bom incentivar o aluno começando com esta frase Escrever é como jogar xadrez.
Por quê? A pessoa que sabe jogar visualiza o tabuleiro para ganhar o adversário. Ela pensará cada peça movida. Portanto, o jogo de xadrez pode ajudar os alunos a desenvolver a lógica, do raciocínio e do problema; habilidade de memória, da concentração e da visualização; a confiança; a paciência; a determinação; o equilíbrio; a expressão de si mesmo, a atenção; a criatividade; a capacidade para aprender as intenções do outro.
Porém, qual é a relação de xadrez com o ato de escrever? Para escrever, precisa-se muito treinamento da memória para organizar as idéias.
Para ordená-las, precisa-se pensar. Como disse Bernardo (2000, p, 20), "enfrentar inclui pensar. Pensar que escrever certamente não será uma questão de dom". No pensamento do autor, para pôr palavras no papel é necessário antes pensar, e depois transpirar. Na citação de Bernardo (2000, p, 54), "[...]
Escrever para aprender significa descobrir relações entre idéias, selecionar e ordenar idéias e dados, ou ainda dar forma a experiências pelas quais passamos a fim de que possamos compreendê-las com mais clareza". Para saber escrever, é necessário ordenar os pensamentos e pôr as palavras certas.
Se isso acontecer, o texto ficará claro e o aluno acompanhará a leitura do autor, portanto saberá as idéias principais dos parágrafos, ou seja, se tem unidade global é porque a pré-escrita está bem elaborada e o aluno não se perderá na seqüência de idéias.
Quando se pensa no tema, deve-se planejar o texto, pois surgirão muitas idéias desorganizadas que depois serão hierarquizadas e assim o escrito será compreensivo. As idéias e o pensamento são abstratos e só irão materializar-se com a linguagem escrita.
É importante que o aluno saiba o que é uma redação. Isso o ajudará o a ter consciência para desenvolver qualquer assunto. O professor deve estar consciente disso e colaborar com o educando até que ele consiga escrever qualquer tema. O educador deve incentivar o aluno a produzir sobre si mesmo antes de começar por outros escritos.
Se não sabe como iniciar uma redação efetivamente não vai saber fazer o meio e o final. Como escreve Bernardo (2000, p, 20), "o ato de escrever é, primeiro e ante de tudo, a questão do desejo". Desejo de se expressar, de dizer algo sobre o que pensa a respeito dos mais diversos assuntos.
Para que esse desejo de escrever possa aflorar, o professor precisa incentivar o aluno a escrever todos os dias e organizar as idéias, ter uma seqüência do raciocínio lógico para não se perder do assunto. Dentro de tudo isso é importante escolher palavras-chave e idéias principais de cada parágrafo.
Enquanto o educando não sabe redigir, o professor tem a responsabilidade de motivá-lo para a produção das idéias e temas que o levem a querer escrever.
O educador dá primeiro o exemplo de como escrever ou ler. Nesse estágio, a motivação é importante. Portanto, não é adequado falar para o aluno que é difícil o ato de escrever. Para isso, o docente deve deixá-lo à vontade para eleger leituras que vai ser seu primeiro espelho para poder produzir. De acordo com Bernardo (2000, p, 28), "[...] a idéia de que uma pessoa que leia muito necessariamente escreve bem é falsa".
Então quem lê muito não significa que vai redigir bem. Quando o aluno tem muita leitura, é importante analisar a leitura de como o autor planejou o texto. O educador precisa falar para turma qual é o objetivo de ler e escrever, pois ler e escrever são dois conceitos diferentes, visto que ler é vida e informação entendimento do significado das palavras escritas. A seguinte citação demonstra isso:
Pela leitura você ganha experiências, você observa como um escritor tratou habilmente uma situação difícil, como usou as palavras e as expressões, como descreveu, como gerou expectativa, como arrancou emoções. Leia e aprenda, leia observando, como quem observa a natureza. (BAÇAN, 1999, p.22)
Quem lê se informa do "mundo" e adquire experiências. Toda produção escrita deve ser analisada pelo aluno: por que o autor usou tais expressões? Por que escolheu essas palavras para dar emoção ao escrito? O educando tem que observar tudo sobre o texto para aprender cada vez mais.
É importante dar preferência a autores de qualidade. Então para escrever o aluno deve ter o hábito de ler constante. Segundo Baçan (1999, p. 23):
Comece lendo bons autores modernos, no gênero que você mais aprecia. Se gosta de histórias em quadrinhos, comece com elas. Leia os cronistas de jornal, os comentários e editoriais, que são pequenos e rápidos. Observe sempre como eles estruturam o texto, como usam as palavras e como constróem as imagens.
Ler um fragmento de um jornal por dia para analisar o conteúdo, uma revista por semana, um livro por mês. Isso ajudará a escrever melhor.
Quem escreve, tem a intenção de revelar-se para os outros e traçar um destino, ser lembrado como escritor, e colocar-se no campo de batalha de trabalho com outros escritores.
Cada escritor tem um estilo de produzir um texto, porque cada redator é único, e cada um quer conhecer outras maneiras de pensar. Quem escreve claro, expõe as idéias de tal modo a não permitir dúvidas quanto à interpretação.
Quando o discente aprende a escrever há duas alternativas: - uma de desejo e outra de medo - ou seja, aquela vontade de redigir ou aquele medo de errar. Quando o educando tem medo de pôr suas idéias no papel, por conseguinte o texto fica escuro. Para que não fique obscuro Bernardo orienta (2000, p, 37), "no ato da redação, acho que a luta se faz no rasgo". Ou seja, na imitação. Como fazer isso? Lendo e pondo as idéias do autor como estavam no texto; com o tempo, o aprendiz constrói seu próprio texto, sendo a paráfrase, seu exercício mais eficiente, até superar a escrita do outro e chegar na escrita pessoal.
Paráfrase é uma redação escrita pelo autor, a partir de pensamentos de outra redação, sem sair de seu conteúdo, mas usando outras palavras. Para conseguir uma paráfrase é preciso entender todas as idéias que o autor do texto original quis transmitir, em todos seus detalhes. Na visão de Bernardo (2000, p. 71.) "[...] antes de fazer com que alunos redijam paráfrases é necessário fazê-los perceber a diferença entre aqueles que plagiam o original, aquelas que o alternam e aquelas bem redigidas".
O professor tem muita responsabilidade com seus discentes de explicar o que é uma paráfrase. E o que é uma paráfrase, se não pôr com outras palavras o que se leu? Assim é mais produtivo para o aluno aprender a redigir.
Quando o estudante começa a escrever sem pensar, sem ler, isso o leva a uma redação sem rumo e não chega a nada, a algo concreto. Escrever é um trabalho árduo, enquanto um texto em desordem é um sintoma de um pensamento confuso. Ou seja, quem não pensa bem, não escreve bem. Agora quem planeja as idéias com um propósito chegará a um pensamento organizado.
Todo texto a ser redigido passa por uma fase de planejamento. Esse planejamento é pessoal: há pessoas que se dão um tempo, organizam o texto mentalmente e começam a redigi-lo; quem observa, acha que as idéias escorrem do cérebro pela ponta da caneta". ( BERNARDO, 2000, p.71).
Para iniciar nossa pesquisa, apresentaremos as definições de: - texto, redação, contexto, coerência, coesão, estrutura e a importância de saber gramática. Para ensinar tudo isso, é bom incentivar o aluno começando com esta frase Escrever é como jogar xadrez.
Por quê? A pessoa que sabe jogar visualiza o tabuleiro para ganhar o adversário. Ela pensará cada peça movida. Portanto, o jogo de xadrez pode ajudar os alunos a desenvolver a lógica, do raciocínio e do problema; habilidade de memória, da concentração e da visualização; a confiança; a paciência; a determinação; o equilíbrio; a expressão de si mesmo, a atenção; a criatividade; a capacidade para aprender as intenções do outro.
Porém, qual é a relação de xadrez com o ato de escrever? Para escrever, precisa-se muito treinamento da memória para organizar as idéias.
Para ordená-las, precisa-se pensar. Como disse Bernardo (2000, p, 20), "enfrentar inclui pensar. Pensar que escrever certamente não será uma questão de dom". No pensamento do autor, para pôr palavras no papel é necessário antes pensar, e depois transpirar. Na citação de Bernardo (2000, p, 54), "[...]
Escrever para aprender significa descobrir relações entre idéias, selecionar e ordenar idéias e dados, ou ainda dar forma a experiências pelas quais passamos a fim de que possamos compreendê-las com mais clareza". Para saber escrever, é necessário ordenar os pensamentos e pôr as palavras certas.
Se isso acontecer, o texto ficará claro e o aluno acompanhará a leitura do autor, portanto saberá as idéias principais dos parágrafos, ou seja, se tem unidade global é porque a pré-escrita está bem elaborada e o aluno não se perderá na seqüência de idéias.
Quando se pensa no tema, deve-se planejar o texto, pois surgirão muitas idéias desorganizadas que depois serão hierarquizadas e assim o escrito será compreensivo. As idéias e o pensamento são abstratos e só irão materializar-se com a linguagem escrita.
É importante que o aluno saiba o que é uma redação. Isso o ajudará o a ter consciência para desenvolver qualquer assunto. O professor deve estar consciente disso e colaborar com o educando até que ele consiga escrever qualquer tema. O educador deve incentivar o aluno a produzir sobre si mesmo antes de começar por outros escritos.
Se não sabe como iniciar uma redação efetivamente não vai saber fazer o meio e o final. Como escreve Bernardo (2000, p, 20), "o ato de escrever é, primeiro e ante de tudo, a questão do desejo". Desejo de se expressar, de dizer algo sobre o que pensa a respeito dos mais diversos assuntos.
Para que esse desejo de escrever possa aflorar, o professor precisa incentivar o aluno a escrever todos os dias e organizar as idéias, ter uma seqüência do raciocínio lógico para não se perder do assunto. Dentro de tudo isso é importante escolher palavras-chave e idéias principais de cada parágrafo.
Enquanto o educando não sabe redigir, o professor tem a responsabilidade de motivá-lo para a produção das idéias e temas que o levem a querer escrever.
O educador dá primeiro o exemplo de como escrever ou ler. Nesse estágio, a motivação é importante. Portanto, não é adequado falar para o aluno que é difícil o ato de escrever. Para isso, o docente deve deixá-lo à vontade para eleger leituras que vai ser seu primeiro espelho para poder produzir. De acordo com Bernardo (2000, p, 28), "[...] a idéia de que uma pessoa que leia muito necessariamente escreve bem é falsa".
Então quem lê muito não significa que vai redigir bem. Quando o aluno tem muita leitura, é importante analisar a leitura de como o autor planejou o texto. O educador precisa falar para turma qual é o objetivo de ler e escrever, pois ler e escrever são dois conceitos diferentes, visto que ler é vida e informação entendimento do significado das palavras escritas. A seguinte citação demonstra isso:
Pela leitura você ganha experiências, você observa como um escritor tratou habilmente uma situação difícil, como usou as palavras e as expressões, como descreveu, como gerou expectativa, como arrancou emoções. Leia e aprenda, leia observando, como quem observa a natureza. (BAÇAN, 1999, p.22)
Quem lê se informa do "mundo" e adquire experiências. Toda produção escrita deve ser analisada pelo aluno: por que o autor usou tais expressões? Por que escolheu essas palavras para dar emoção ao escrito? O educando tem que observar tudo sobre o texto para aprender cada vez mais.
É importante dar preferência a autores de qualidade. Então para escrever o aluno deve ter o hábito de ler constante. Segundo Baçan (1999, p. 23):
Comece lendo bons autores modernos, no gênero que você mais aprecia. Se gosta de histórias em quadrinhos, comece com elas. Leia os cronistas de jornal, os comentários e editoriais, que são pequenos e rápidos. Observe sempre como eles estruturam o texto, como usam as palavras e como constróem as imagens.
Ler um fragmento de um jornal por dia para analisar o conteúdo, uma revista por semana, um livro por mês. Isso ajudará a escrever melhor.
Quem escreve, tem a intenção de revelar-se para os outros e traçar um destino, ser lembrado como escritor, e colocar-se no campo de batalha de trabalho com outros escritores.
Cada escritor tem um estilo de produzir um texto, porque cada redator é único, e cada um quer conhecer outras maneiras de pensar. Quem escreve claro, expõe as idéias de tal modo a não permitir dúvidas quanto à interpretação.
Quando o discente aprende a escrever há duas alternativas: - uma de desejo e outra de medo - ou seja, aquela vontade de redigir ou aquele medo de errar. Quando o educando tem medo de pôr suas idéias no papel, por conseguinte o texto fica escuro. Para que não fique obscuro Bernardo orienta (2000, p, 37), "no ato da redação, acho que a luta se faz no rasgo". Ou seja, na imitação. Como fazer isso? Lendo e pondo as idéias do autor como estavam no texto; com o tempo, o aprendiz constrói seu próprio texto, sendo a paráfrase, seu exercício mais eficiente, até superar a escrita do outro e chegar na escrita pessoal.
Paráfrase é uma redação escrita pelo autor, a partir de pensamentos de outra redação, sem sair de seu conteúdo, mas usando outras palavras. Para conseguir uma paráfrase é preciso entender todas as idéias que o autor do texto original quis transmitir, em todos seus detalhes. Na visão de Bernardo (2000, p. 71.) "[...] antes de fazer com que alunos redijam paráfrases é necessário fazê-los perceber a diferença entre aqueles que plagiam o original, aquelas que o alternam e aquelas bem redigidas".
O professor tem muita responsabilidade com seus discentes de explicar o que é uma paráfrase. E o que é uma paráfrase, se não pôr com outras palavras o que se leu? Assim é mais produtivo para o aluno aprender a redigir.
Quando o estudante começa a escrever sem pensar, sem ler, isso o leva a uma redação sem rumo e não chega a nada, a algo concreto. Escrever é um trabalho árduo, enquanto um texto em desordem é um sintoma de um pensamento confuso. Ou seja, quem não pensa bem, não escreve bem. Agora quem planeja as idéias com um propósito chegará a um pensamento organizado.
Todo texto a ser redigido passa por uma fase de planejamento. Esse planejamento é pessoal: há pessoas que se dão um tempo, organizam o texto mentalmente e começam a redigi-lo; quem observa, acha que as idéias escorrem do cérebro pela ponta da caneta". ( BERNARDO, 2000, p.71).
sábado, 14 de maio de 2011
Nova educação para um novo século
Ele é uma das personalidades mais polêmicas e admiradas da educação. Não há educador que não tenha ouvido falar de seu trabalho na Escola da Ponte, em Portugal, onde implantou um novo modelo de ensino, mais livre, em que as crianças têm mais autonomia dentro da escola, decidem como e o que querem aprender. José Pacheco tem uma visão muito particular da educação. Crítico, prevê o fim do padrão de educação que é utilizado hoje e reprova o modelo de professores que estão sendo formados pelas universidades. Em entrevista à Profissão Mestre, ele fala um pouco sobre a profissão de educador, da falta de motivação e atitude de muitos docentes e do que julga ser um modelo a seguir, o de “professor solidário”.
Profissão Mestre: Como o senhor analisa o sistema educacional brasileiro?
José Pacheco: Vejo-o de modo “estrábico”, que é um outro modo de ver, divergente das análises tradicionais. Vejo que ainda se procura curar um doente incurável, que já foi feita a etiologia, mas que ainda se insiste em cuidados paliativos. É toda a lógica do sistema que está errada. É a racionalidade que subjaz às práticas instituídas (e hegemônicas) que é necessário alterar. Também vejo que o Brasil não é pobre em recursos humanos. Há professores que, apesar do salário indigno e de precárias condições do exercício da profissão, ousam enfrentar a pesada carga burocrática que lhes coíbe tentativas de mudança. Entretanto, a maioria reproduz um sistema obsoleto, contribuindo para manter a miséria das práticas e sustentar um ministério que tarda em ser extinto.
Profissão Mestre:Quais as semelhanças e diferenças entre o sistema de ensino de Portugal e o existente no Brasil?
José Pacheco: Eles se assemelham na predominância de práticas obsoletas, de inúteis projetos lançados por sucessivos ministérios, pelo desperdício e pelos elevados índices de insucesso escolar. A tragédia do analfabetismo funcional não assola apenas o Brasil, também no dito “primeiro mundo” existe um “grau zero de letramento”.
Profissão Mestre: E o senhor acredita que o sistema de ensino vigente tende a acabar? Por quê?
José Pacheco: O sistema de ensino vigente é uma espécie de cadáver adiado. Já acabou há muito, mas ainda não foi extinto. Talvez respondesse a necessidades sociais do século XIX, mas mumificou-se e deixou de fazer sentido desde há, pelo menos, cem anos.
Profissão Mestre: Um dos maiores problemas da escola é a falta de motivação dos professores. Na sua opinião, por que isto ocorre?
José Pacheco: Talvez isto aconteça porque a formação dos professores e a sua cultura profissional os fizeram conformistas. Se o docente reconhece não ter formação suficiente, que ele a busque, que a exija. Se o professor considera que a gestão hierárquica e burocrática o impede de assumir autonomia, que reaja, organize-se em equipe e mude a gestão que reprova. Que aja! Em equipe!
Profissão Mestre: Estas situações também acontecem na Escola da Ponte? Como são os docentes de lá?
José Pacheco: Os professores da Ponte estão “mobilizados”, como diria o meu amigo Bernard Charlot (educador francês e professor Emérito da Universidade Paris 8). Talvez uma referência a alguns dos itens do perfil do professor da Ponte ajude a compreender por que eles não são “desmotivados”. Aqui os deixo: revela motivação e disponibilidade; contribui para a resolução de conflitos e para a tomada de decisões; alia, no desempenho das suas tarefas, a criatividade à complexidade, originalidade e coerência; apresenta propostas, busca consensos, critica construtivamente; produz ou propõe inovações; procura harmonizar os interesses da escola e do Projeto com os seus interesses individuais; age de uma forma autônoma, responsável e solidária; assume as suas falhas, evitando imputar aos outros ou ao coletivo as suas próprias incapacidades; está atento às necessidades dos colegas e presta-lhes ajuda; mantém com os colegas uma relação atenciosa, crítica e fraterna; reconhece e aceita criticamente diferentes pontos de vista, procurando ter sempre o Projeto como referência inspiradora; mantém com os alunos uma relação carinhosa; procura ser firme, sem cair no autoritarismo.
Profissão Mestre:Na sua opinião, as universidades estão formando educadores preparados para as necessidades das crianças?
José Pacheco: Ressalvadas as raras exceções, as escolas de formação inicial preparam para nada ou reproduzem modelos obsoletos. Depois, é o que sabemos; o modo como o professor aprende é o modo como o professor ensina. No Brasil, assim como em Portugal, apesar de as instituições de formação de professores serem servidas por excelentes profissionais, a formação é nitidamente desajustada dos objetivos de transformação e melhoria das práticas. Deixo-lhes com palavras de Cecília Meireles, publicadas há quase um século e que se mantêm atuais: “Que lhes valeu todo o curso que fizeram durante longos anos? Em vão leram livros copiosos, beberam a caudalosa erudição dos catedráticos, fizeram provas... Palavras, palavras, palavras que o vento levou... As aulas de psicologia ficaram geladas nos livros; as de pedagogia fecharam-se nas caixas de jogos; as outras não levaram em si nenhum gérmen dessas duas, que são, no entanto, as indispensáveis a quem vai ser professor... Depois de tanto trabalho, terão de fazer por si mesmas, e com enorme esforço, aguilhoadas pela pressa de quem já está no quadro do magistério, toda a cultura técnica que ninguém pensou ou lhes pode fornecer no momento devido.”
Profissão Mestre:Até que ponto um professor bem qualificado se sairá melhor na sala de aula?
José Pacheco: Um professor “bem qualificado” será capaz de compreender a necessidade de melhorar a toda hora e de melhorar as práticas, configurando novamente as escolas. Não diria em “sala de aula”, porque dar aula de nada serve (por mais irritante que esta afirmação seja para adeptos de verdades absolutas e de modelos únicos).
Profissão Mestre: Um dos maiores problemas no Brasil é o baixo salário e a falta de valorização do professor. Solucionando estes problemas, o docente poderia ficar mais motivado e comprometido?
José Pacheco: O salário que um professor brasileiro recebe é indigno e urge melhorá-lo. Porém, não será medida suficiente se os professores se mantiverem num discurso feito de lamentos e carente de soluções. Se o docente não recebe um salário digno, deverá fazer aquilo que legitimará um salário digno. Talvez o primeiro passo seja passar de indivíduo solitário a um exercício solidário da sua profissão.
Profissão Mestre: E quais as características de um bom professor?
José Pacheco: À boa maneira freiriana, é aquele que compreende que não está completo, e que descobre que, na sua autossuficiência, ele é o maior obstáculo à mudança. Um bom professor é o que recusa continuar sozinho na sua sala de aula, que recusa exercer uma profissão feita de atos solitários. É aquele que se reconhece em atos solidários.
Profissão Mestre: Existem cada vez mais professores “indisciplinados”, ou seja, que não estão de acordo com muitas das normas de ensino. É possível conciliar o papel de educador, como profissional contratado da escola, com o de educador livre para expressar sua opinião e aplicar a forma de ensino que julgue mais eficaz?
José Pacheco: Quando lecionei no ensino superior e fiz formação inicial de professores, percebi que eram raros os alunos que haviam escolhido o curso de Pedagogia como primeira prioridade. Muitos daqueles futuros professores iriam sê-lo porque não haviam conseguido entrar em um curso de Medicina, de Psicologia ou de Arquitetura. É possível haver educadores livres para expressar sua opinião e aplicar a forma de ensino que julgue mais eficaz... em equipe. No Brasil, acompanho muitos assim.
Profissão Mestre: E como lidar com a indisciplina dos alunos na sala de aula?
José Pacheco: A indisciplina é a filha direta do autoritarismo e da permissividade. Sempre existiu e continuará existindo enquanto as práticas escolares continuarem sem sentido. Medo não é sinônimo de respeito e disciplina. Na Escola da Ponte, as crianças não são educadas apenas para a autonomia, mas por meio dela, nas margens de uma liberdade matizada pela exigência da responsabilidade. Buscamos uma escola de cidadãos, indispensável ao entendimento e à prática da democracia. Cada criança age como participante de um projeto de preparação para a cidadania no seu exercício. Quando chegam à nossa escola, esses alunos confundem liberdade com “libertinagem”. Como na Ponte não há “faz de conta que se é livre”, os professores exercem uma autoridade construtiva junto a estes alunos, até que eles se vejam como pessoa. Eles aprendem e reconhecem que a sua liberdade termina onde começa a liberdade do outro. Talvez por isso seja a única escola (entre milhares que conheço) onde ninguém expulsa aluno da sala, onde não há “processos disciplinares”.
Profissão Mestre: O que os professores podem fazer para os estudantes se interessarem mais?
José Pacheco: Como alguém já disse (não me recordo quem o terá dito), o professor é mais aquilo que faz do que aquilo que diz, e é mais aquilo que é do que aquilo que faz. Aquilo que o professor ensina não é aquilo que diz, mas aquilo que ele é. Para que os alunos se interessem e aprendam, será preciso que o professor se interesse e que seja aprendiz enquanto ensina.
Profissão Mestre: Hoje se fala muito dos direitos da criança e do adolescente. Isto pode, de alguma maneira, deixar os professores “engessados” para impor limites?
José Pacheco: Creio ser urgente a humanização das práticas escolares. E creio ser útil juntar à “Declaração Universal dos Direitos da Criança” uma “Declaração Universal dos Deveres da Criança”. Talvez fosse atenuada aquilo que alguém já designou de “ditadura da infância”. Nas escolas que ainda temos, é possível que um aluno, impunemente, ofenda, humilhe e até bata em professor. Ouso sugerir que se faça um Estatuto do Professor e Adulto (EPA).
Profissão Mestre: Como o educador pode se aproximar de seu aluno mantendo uma saudável relação entre educador e educando? Qual o limite?
José Pacheco: O estatuto de professor não pode ser confundido com o estatuto de aluno. Não sei se haverá esse tal “limite”. Sei que pode ser praticada uma liberdade responsável. Sei que o professor pode criar vínculos numa relação de “um pra um”, sem cair em pieguismos pedagógicos ou na tentação de uma não-diretividade ingênua.
Profissão Mestre: A experiência de um sistema mais livre de educação como a Escola da Ponte já teve sua eficácia comprovada. Por que ainda existe tanta resistência em aplicar este sistema em outras escolas?
José Pacheco: Creio que sabes e que todos também sabem a resposta da tua pergunta. Sem pretender elevar a Ponte à condição de exemplo a seguir, confio na inteligência dos professores e no seu desejo de aperfeiçoamento. Acredito que, reconhecendo as vantagens da reelaboração da sua cultura pessoal e profissional, os professores se organizam para questionar estruturas burocráticas e desenvolver efetivos projetos de mudança. Venho acompanhando escolas onde bastou “uma presença simbólica” para que os professores se envolvessem em processos de transformação das suas realidades. A Escola da Ponte apenas as inspira.
Reportagem divulgada na revista Profissão Mestre de abril de 2010.
Roberta Braga
Ele é uma das personalidades mais polêmicas e admiradas da educação. Não há educador que não tenha ouvido falar de seu trabalho na Escola da Ponte, em Portugal, onde implantou um novo modelo de ensino, mais livre, em que as crianças têm mais autonomia dentro da escola, decidem como e o que querem aprender. José Pacheco tem uma visão muito particular da educação. Crítico, prevê o fim do padrão de educação que é utilizado hoje e reprova o modelo de professores que estão sendo formados pelas universidades. Em entrevista à Profissão Mestre, ele fala um pouco sobre a profissão de educador, da falta de motivação e atitude de muitos docentes e do que julga ser um modelo a seguir, o de “professor solidário”.
Profissão Mestre: Como o senhor analisa o sistema educacional brasileiro?
José Pacheco: Vejo-o de modo “estrábico”, que é um outro modo de ver, divergente das análises tradicionais. Vejo que ainda se procura curar um doente incurável, que já foi feita a etiologia, mas que ainda se insiste em cuidados paliativos. É toda a lógica do sistema que está errada. É a racionalidade que subjaz às práticas instituídas (e hegemônicas) que é necessário alterar. Também vejo que o Brasil não é pobre em recursos humanos. Há professores que, apesar do salário indigno e de precárias condições do exercício da profissão, ousam enfrentar a pesada carga burocrática que lhes coíbe tentativas de mudança. Entretanto, a maioria reproduz um sistema obsoleto, contribuindo para manter a miséria das práticas e sustentar um ministério que tarda em ser extinto.
Profissão Mestre:Quais as semelhanças e diferenças entre o sistema de ensino de Portugal e o existente no Brasil?
José Pacheco: Eles se assemelham na predominância de práticas obsoletas, de inúteis projetos lançados por sucessivos ministérios, pelo desperdício e pelos elevados índices de insucesso escolar. A tragédia do analfabetismo funcional não assola apenas o Brasil, também no dito “primeiro mundo” existe um “grau zero de letramento”.
Profissão Mestre: E o senhor acredita que o sistema de ensino vigente tende a acabar? Por quê?
José Pacheco: O sistema de ensino vigente é uma espécie de cadáver adiado. Já acabou há muito, mas ainda não foi extinto. Talvez respondesse a necessidades sociais do século XIX, mas mumificou-se e deixou de fazer sentido desde há, pelo menos, cem anos.
Profissão Mestre: Um dos maiores problemas da escola é a falta de motivação dos professores. Na sua opinião, por que isto ocorre?
José Pacheco: Talvez isto aconteça porque a formação dos professores e a sua cultura profissional os fizeram conformistas. Se o docente reconhece não ter formação suficiente, que ele a busque, que a exija. Se o professor considera que a gestão hierárquica e burocrática o impede de assumir autonomia, que reaja, organize-se em equipe e mude a gestão que reprova. Que aja! Em equipe!
Profissão Mestre: Estas situações também acontecem na Escola da Ponte? Como são os docentes de lá?
José Pacheco: Os professores da Ponte estão “mobilizados”, como diria o meu amigo Bernard Charlot (educador francês e professor Emérito da Universidade Paris 8). Talvez uma referência a alguns dos itens do perfil do professor da Ponte ajude a compreender por que eles não são “desmotivados”. Aqui os deixo: revela motivação e disponibilidade; contribui para a resolução de conflitos e para a tomada de decisões; alia, no desempenho das suas tarefas, a criatividade à complexidade, originalidade e coerência; apresenta propostas, busca consensos, critica construtivamente; produz ou propõe inovações; procura harmonizar os interesses da escola e do Projeto com os seus interesses individuais; age de uma forma autônoma, responsável e solidária; assume as suas falhas, evitando imputar aos outros ou ao coletivo as suas próprias incapacidades; está atento às necessidades dos colegas e presta-lhes ajuda; mantém com os colegas uma relação atenciosa, crítica e fraterna; reconhece e aceita criticamente diferentes pontos de vista, procurando ter sempre o Projeto como referência inspiradora; mantém com os alunos uma relação carinhosa; procura ser firme, sem cair no autoritarismo.
Profissão Mestre:Na sua opinião, as universidades estão formando educadores preparados para as necessidades das crianças?
José Pacheco: Ressalvadas as raras exceções, as escolas de formação inicial preparam para nada ou reproduzem modelos obsoletos. Depois, é o que sabemos; o modo como o professor aprende é o modo como o professor ensina. No Brasil, assim como em Portugal, apesar de as instituições de formação de professores serem servidas por excelentes profissionais, a formação é nitidamente desajustada dos objetivos de transformação e melhoria das práticas. Deixo-lhes com palavras de Cecília Meireles, publicadas há quase um século e que se mantêm atuais: “Que lhes valeu todo o curso que fizeram durante longos anos? Em vão leram livros copiosos, beberam a caudalosa erudição dos catedráticos, fizeram provas... Palavras, palavras, palavras que o vento levou... As aulas de psicologia ficaram geladas nos livros; as de pedagogia fecharam-se nas caixas de jogos; as outras não levaram em si nenhum gérmen dessas duas, que são, no entanto, as indispensáveis a quem vai ser professor... Depois de tanto trabalho, terão de fazer por si mesmas, e com enorme esforço, aguilhoadas pela pressa de quem já está no quadro do magistério, toda a cultura técnica que ninguém pensou ou lhes pode fornecer no momento devido.”
Profissão Mestre:Até que ponto um professor bem qualificado se sairá melhor na sala de aula?
José Pacheco: Um professor “bem qualificado” será capaz de compreender a necessidade de melhorar a toda hora e de melhorar as práticas, configurando novamente as escolas. Não diria em “sala de aula”, porque dar aula de nada serve (por mais irritante que esta afirmação seja para adeptos de verdades absolutas e de modelos únicos).
Profissão Mestre: Um dos maiores problemas no Brasil é o baixo salário e a falta de valorização do professor. Solucionando estes problemas, o docente poderia ficar mais motivado e comprometido?
José Pacheco: O salário que um professor brasileiro recebe é indigno e urge melhorá-lo. Porém, não será medida suficiente se os professores se mantiverem num discurso feito de lamentos e carente de soluções. Se o docente não recebe um salário digno, deverá fazer aquilo que legitimará um salário digno. Talvez o primeiro passo seja passar de indivíduo solitário a um exercício solidário da sua profissão.
Profissão Mestre: E quais as características de um bom professor?
José Pacheco: À boa maneira freiriana, é aquele que compreende que não está completo, e que descobre que, na sua autossuficiência, ele é o maior obstáculo à mudança. Um bom professor é o que recusa continuar sozinho na sua sala de aula, que recusa exercer uma profissão feita de atos solitários. É aquele que se reconhece em atos solidários.
Profissão Mestre: Existem cada vez mais professores “indisciplinados”, ou seja, que não estão de acordo com muitas das normas de ensino. É possível conciliar o papel de educador, como profissional contratado da escola, com o de educador livre para expressar sua opinião e aplicar a forma de ensino que julgue mais eficaz?
José Pacheco: Quando lecionei no ensino superior e fiz formação inicial de professores, percebi que eram raros os alunos que haviam escolhido o curso de Pedagogia como primeira prioridade. Muitos daqueles futuros professores iriam sê-lo porque não haviam conseguido entrar em um curso de Medicina, de Psicologia ou de Arquitetura. É possível haver educadores livres para expressar sua opinião e aplicar a forma de ensino que julgue mais eficaz... em equipe. No Brasil, acompanho muitos assim.
Profissão Mestre: E como lidar com a indisciplina dos alunos na sala de aula?
José Pacheco: A indisciplina é a filha direta do autoritarismo e da permissividade. Sempre existiu e continuará existindo enquanto as práticas escolares continuarem sem sentido. Medo não é sinônimo de respeito e disciplina. Na Escola da Ponte, as crianças não são educadas apenas para a autonomia, mas por meio dela, nas margens de uma liberdade matizada pela exigência da responsabilidade. Buscamos uma escola de cidadãos, indispensável ao entendimento e à prática da democracia. Cada criança age como participante de um projeto de preparação para a cidadania no seu exercício. Quando chegam à nossa escola, esses alunos confundem liberdade com “libertinagem”. Como na Ponte não há “faz de conta que se é livre”, os professores exercem uma autoridade construtiva junto a estes alunos, até que eles se vejam como pessoa. Eles aprendem e reconhecem que a sua liberdade termina onde começa a liberdade do outro. Talvez por isso seja a única escola (entre milhares que conheço) onde ninguém expulsa aluno da sala, onde não há “processos disciplinares”.
Profissão Mestre: O que os professores podem fazer para os estudantes se interessarem mais?
José Pacheco: Como alguém já disse (não me recordo quem o terá dito), o professor é mais aquilo que faz do que aquilo que diz, e é mais aquilo que é do que aquilo que faz. Aquilo que o professor ensina não é aquilo que diz, mas aquilo que ele é. Para que os alunos se interessem e aprendam, será preciso que o professor se interesse e que seja aprendiz enquanto ensina.
Profissão Mestre: Hoje se fala muito dos direitos da criança e do adolescente. Isto pode, de alguma maneira, deixar os professores “engessados” para impor limites?
José Pacheco: Creio ser urgente a humanização das práticas escolares. E creio ser útil juntar à “Declaração Universal dos Direitos da Criança” uma “Declaração Universal dos Deveres da Criança”. Talvez fosse atenuada aquilo que alguém já designou de “ditadura da infância”. Nas escolas que ainda temos, é possível que um aluno, impunemente, ofenda, humilhe e até bata em professor. Ouso sugerir que se faça um Estatuto do Professor e Adulto (EPA).
Profissão Mestre: Como o educador pode se aproximar de seu aluno mantendo uma saudável relação entre educador e educando? Qual o limite?
José Pacheco: O estatuto de professor não pode ser confundido com o estatuto de aluno. Não sei se haverá esse tal “limite”. Sei que pode ser praticada uma liberdade responsável. Sei que o professor pode criar vínculos numa relação de “um pra um”, sem cair em pieguismos pedagógicos ou na tentação de uma não-diretividade ingênua.
Profissão Mestre: A experiência de um sistema mais livre de educação como a Escola da Ponte já teve sua eficácia comprovada. Por que ainda existe tanta resistência em aplicar este sistema em outras escolas?
José Pacheco: Creio que sabes e que todos também sabem a resposta da tua pergunta. Sem pretender elevar a Ponte à condição de exemplo a seguir, confio na inteligência dos professores e no seu desejo de aperfeiçoamento. Acredito que, reconhecendo as vantagens da reelaboração da sua cultura pessoal e profissional, os professores se organizam para questionar estruturas burocráticas e desenvolver efetivos projetos de mudança. Venho acompanhando escolas onde bastou “uma presença simbólica” para que os professores se envolvessem em processos de transformação das suas realidades. A Escola da Ponte apenas as inspira.
Reportagem divulgada na revista Profissão Mestre de abril de 2010.
A escola moderna e a escola à antiga
Entre as escolas chamadas de modernas e as escolas mais parecidas com as antigas, encontramos um amplo leque de diferenças. Vou tomar aqui um aspecto muito peculiar: como umas e outras crianças, diferentes entre si pela genética e pela história de vida, mesmo que curtinha, reagem às diferentes culturas com relação à disciplina e competição. Crianças fortes, ágeis, espertas, com bom tônus muscular, boa visão de distância vivem felizes em qualquer escola, do ponto de vista da disciplina. Sobressaem, defendem-se – dominam o cenário. Enquanto isso, as menores, mais frágeis, menos espertas fisicamente temem a presença das fortes e dependem da presença de serventes, bedéis, monitores, eventualmente professores, para serem protegidas de apanhar e ser humilhadas. O ranking entre os mais fortes e os mais frágeis não passa primordialmente pela produção intelectual, pelo menos nos primeiros anos de escola. Não adianta ter aprendido a ler primeiro, ter boa caligrafia e ser por isso elogiado pelos professores. Entre crianças, o valor está na habilidade com que se consegue gerenciar o corpo. É preciso saber correr, jogar, lançar, bater, equilibrar-se, enfrentar, não chorar à toa, enfim, sobreviver.
Modernamente, foi introduzida a ideologia da “não intervenção”, como se o tônus muscular fosse resultante não de genética, mas de um dom divino a ser aperfeiçoado pelo uso, que deve ser livre. Tônus muscular, além de carga genética, conta também com a história de vida, o tipo de exercícios feito, os irmãos, primos e vizinhos com quem convivem, competem e são tomados como modelo. Há um tipo de escola que costuma fazer um vôo rasante por cima desses fatos, como se eles não existissem, como se todos fossem iguais entre si e como se sempre tivessem vivido em liberdade ideal e que basta interagir para que o equilíbrio seja alcançado. Trata-se sem dúvida de algo que se aproxima de um falso democratismo, uma má compreensão do papel da competição no desenvolvimento das crianças.
Deixar crianças livres para resolver problemas de obesidade, dislexia, questões psicomotoras, na primeira infância pode funcionar como uma condenação a uma longa vida de cidadão de segunda classe. Mesmo que logo mais os valores intelectuais de apreensão e aplicação de conteúdo comecem a valer, deixando em segundo plano as habilidades motoras, as cicatrizes dos primeiros anos deixarão marcas.
Criança precisa de proteção, na liberdade dos pátios de recreio. Lembro das palavras de uma criança que conseguiu sair de uma escola libertária, onde fugia do recreio para a casa da caseira, para evitar o vexame, ao chegar em casa, no seu primeiro dia em uma escola mais careta. Ao lhe ser perguntado como tinha sido esse primeiro dia de aula na escola pública, onde servente está lá também para evitar violência, ela disse: “Tem um homem que foi separar duas crianças que estavam brigando”. Foi esse seu único comentário. Desde então, nunca mais precisou se refugiar para fugir à sanha dos mais fortes e pode se desenvolver no que lhe era mais fácil – dotes intelectuais.
É preciso perceber que a liberdade vale entre, se não iguais, pelo menos semelhantes. As crianças pequenas diferem muito umas das outras e o sentido de compaixão, alteridade é incipiente. Portanto, digo eu, a liberdade desprotegida pode ser massacrante para uns e palco de exibição de força para outros. Não é o melhor ambiente para um desenvolvimento equilibrado.
Anna Veronica Mautner
Entre as escolas chamadas de modernas e as escolas mais parecidas com as antigas, encontramos um amplo leque de diferenças. Vou tomar aqui um aspecto muito peculiar: como umas e outras crianças, diferentes entre si pela genética e pela história de vida, mesmo que curtinha, reagem às diferentes culturas com relação à disciplina e competição. Crianças fortes, ágeis, espertas, com bom tônus muscular, boa visão de distância vivem felizes em qualquer escola, do ponto de vista da disciplina. Sobressaem, defendem-se – dominam o cenário. Enquanto isso, as menores, mais frágeis, menos espertas fisicamente temem a presença das fortes e dependem da presença de serventes, bedéis, monitores, eventualmente professores, para serem protegidas de apanhar e ser humilhadas. O ranking entre os mais fortes e os mais frágeis não passa primordialmente pela produção intelectual, pelo menos nos primeiros anos de escola. Não adianta ter aprendido a ler primeiro, ter boa caligrafia e ser por isso elogiado pelos professores. Entre crianças, o valor está na habilidade com que se consegue gerenciar o corpo. É preciso saber correr, jogar, lançar, bater, equilibrar-se, enfrentar, não chorar à toa, enfim, sobreviver.
Modernamente, foi introduzida a ideologia da “não intervenção”, como se o tônus muscular fosse resultante não de genética, mas de um dom divino a ser aperfeiçoado pelo uso, que deve ser livre. Tônus muscular, além de carga genética, conta também com a história de vida, o tipo de exercícios feito, os irmãos, primos e vizinhos com quem convivem, competem e são tomados como modelo. Há um tipo de escola que costuma fazer um vôo rasante por cima desses fatos, como se eles não existissem, como se todos fossem iguais entre si e como se sempre tivessem vivido em liberdade ideal e que basta interagir para que o equilíbrio seja alcançado. Trata-se sem dúvida de algo que se aproxima de um falso democratismo, uma má compreensão do papel da competição no desenvolvimento das crianças.
Deixar crianças livres para resolver problemas de obesidade, dislexia, questões psicomotoras, na primeira infância pode funcionar como uma condenação a uma longa vida de cidadão de segunda classe. Mesmo que logo mais os valores intelectuais de apreensão e aplicação de conteúdo comecem a valer, deixando em segundo plano as habilidades motoras, as cicatrizes dos primeiros anos deixarão marcas.
Criança precisa de proteção, na liberdade dos pátios de recreio. Lembro das palavras de uma criança que conseguiu sair de uma escola libertária, onde fugia do recreio para a casa da caseira, para evitar o vexame, ao chegar em casa, no seu primeiro dia em uma escola mais careta. Ao lhe ser perguntado como tinha sido esse primeiro dia de aula na escola pública, onde servente está lá também para evitar violência, ela disse: “Tem um homem que foi separar duas crianças que estavam brigando”. Foi esse seu único comentário. Desde então, nunca mais precisou se refugiar para fugir à sanha dos mais fortes e pode se desenvolver no que lhe era mais fácil – dotes intelectuais.
É preciso perceber que a liberdade vale entre, se não iguais, pelo menos semelhantes. As crianças pequenas diferem muito umas das outras e o sentido de compaixão, alteridade é incipiente. Portanto, digo eu, a liberdade desprotegida pode ser massacrante para uns e palco de exibição de força para outros. Não é o melhor ambiente para um desenvolvimento equilibrado.
sábado, 7 de maio de 2011
Educação para a vida
Dia desses, precisei explicar para minha filha de 11 anos o porquê do meu gosto em chupar laranjas pequenas, as menores. Enquanto as pessoas no supermercado escolhem sempre as grandes, eu sempre escolho as pequeninas as que ninguém quer, pois para mim elas têm um sabor diferente, são mais deliciosas. Eu sempre chupo laranja depois do jantar. Como chego tarde em casa, minha filha às vezes me acompanha nesse ritual.
Dia desses, precisei explicar para minha filha de 11 anos o porquê do meu gosto em chupar laranjas pequenas, as menores. Enquanto as pessoas no supermercado escolhem sempre as grandes, eu sempre escolho as pequeninas as que ninguém quer, pois para mim elas têm um sabor diferente, são mais deliciosas. Eu sempre chupo laranja depois do jantar. Como chego tarde em casa, minha filha às vezes me acompanha nesse ritual.
Assistindo a uma aula sobre Metodologia do Ensino Superior, o professor indagou a turma sobre qual a diferença entre ser professor e ser educador. Retornei à minha infância ao lembrar das laranjas...
Bem, ser educador é ser inesquecível, é fazer a diferença, é fazer com que o conteúdo transmitido ao aluno tenha significado, é não só transmitir e repassar conhecimentos, mas levar em consideração o cotidiano e a bagagem cultural do aluno. Ser educador é marcar positivamente o aluno para sempre, é educar com amor, com valores, respeito, é ensinar com postura ética. Ser educador é ir além do conteúdo e do conhecimento técnico, é ensinar bem, planejar suas aulas, utilizar diferentes estratégias na apresentação dos conteúdos, aliando também diferentes e coerentes avaliações. O verdadeiro educador permite o diálogo, a troca, a aproximação com o educando.
Ser educador é ensinar aliando a teoria à prática, trabalhar o conteúdo de forma contextualizada, facilitando o entendimento dos alunos. É aquele que ensina a autonomia, o desenvolver das potencialidades, inerentes às individualidades de cada aprendiz.
O verdadeiro educador é aquele que conduz o aprendiz nos caminhos do conhecimento, levando-o a aprender a conhecer, isto é a adquirir os instrumentos de compreensão, do seu meio, da sua realidade e de seu mundo, no qual o aprendiz possa aprender a fazer para poder agir sobre o meio em que vive, que ele possa aprender a viver junto com os outros, a fim de participar, interagir com os seus, em todas as atividades humanas, e nessa condição aprender a ser, com o objetivo de se formar o homem em sua totalidade.
O verdadeiro educador atualiza-se permanentemente, conhece e utiliza de forma eficaz as novas tecnologias, proporcionando ao educando uma melhor compreensão do seu papel enquanto cidadão crítico.
Mas, afinal, qual a relação das laranjas do início do texto com o ser educador? Bem, meu pai, no seu fazer inconsciente, com carinho e dedicação, deixou impresso em mim algo que poderia ter passado despercebido, o amor pelo que se faz, o exemplo de ser humano.
O verdadeiro educador deve ser um referencial de vida para os seus educandos, assim como o meu pai foi e é para mim.
Texto de Elizabeth Magno
O fato é que quando eu era criança meu pai sempre sentava do meu lado, descascava as laranjas com todo o cuidado para não ferir o gomo e, em seguida, dava uma para mim e uma para cada um dos meus irmãos, todos mais jovens que eu. Era um momento de contar histórias, de risadas e de partilha. Nós adorávamos, as laranjas eram tão doces e saborosas que chupávamos muitas. Papai, pacientemente, descascava-as para nós, às vezes ele precisava se ausentar e sempre as deixava descascadas e cortadas, tamanho era o cuidado para que não nos cortássemos, afinal éramos todos crianças. Meu pai é agricultor e, na época, há uns 35 anos, ele cultivava laranjas. Ele vendia em grande quantidade. Como as pequenas não tinham saída, ele reservava-as para nós. Fiquei emocionada quando relatei o fato à minha filha.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
O Único Animal
O homem é o único animal que ri dos outros.
O homem é o único animal que passa por outro
e finge que não vê.
É o único que fala mais que o papagaio.
É o único que gosta de escargots
(fora, claro, o escargot).
É o único que acha que Deus é parecido com ele.
E é o único... que se veste;
que veste os outros; que despe os outros;
que faz o que gosta escondido;
que muda de cor quando se envergonha;
que sabe que vai morrer;
que pensa que é eterno;
que não tem uma linguagem comum a toda espécie;
que se tosa voluntariamente;
que lucra com os ovos dos outros;
que pensa que é anfíbio e morre afogado; que tem bichos;
que joga no bicho; que aposta nos outros;
que compra antenas;
que se compara com os outros;
O homem não é o único animal que alimenta e cuida das suas crias,
mas é o único que depois usa isso para fazer chantagem emocional.
Não é o único que mata, mas é o único que vende a pele.
Não é o único que mata, mas é o único que manda matar.
E não é o único...
que voa, mas é o único que paga para isso;
que constrói casa, mas é o único que precisa de fechadura;
que constrói casa, mas é o único que passa quinze anos pagando;
que foge dos outros, mas é o único que chama isso de retirada
estratégica;
que trai, polui e aterroriza, mas é o único que se justifica;
que engole sapo, mas é o único que não faz isso pelo valor nutritivo.
O homem é o único animal que ri dos outros.
O homem é o único animal que passa por outro
e finge que não vê.
É o único que fala mais que o papagaio.
É o único que gosta de escargots
(fora, claro, o escargot).
É o único que acha que Deus é parecido com ele.
E é o único... que se veste;
que veste os outros; que despe os outros;
que faz o que gosta escondido;
que muda de cor quando se envergonha;
que sabe que vai morrer;
que pensa que é eterno;
que não tem uma linguagem comum a toda espécie;
que se tosa voluntariamente;
que lucra com os ovos dos outros;
que pensa que é anfíbio e morre afogado; que tem bichos;
que joga no bicho; que aposta nos outros;
que compra antenas;
que se compara com os outros;
O homem não é o único animal que alimenta e cuida das suas crias,
mas é o único que depois usa isso para fazer chantagem emocional.
Não é o único que mata, mas é o único que vende a pele.
Não é o único que mata, mas é o único que manda matar.
E não é o único...
que voa, mas é o único que paga para isso;
que constrói casa, mas é o único que precisa de fechadura;
que constrói casa, mas é o único que passa quinze anos pagando;
que foge dos outros, mas é o único que chama isso de retirada
estratégica;
que trai, polui e aterroriza, mas é o único que se justifica;
que engole sapo, mas é o único que não faz isso pelo valor nutritivo.
Érico Veríssimo
" A vida começa todos os dias ."
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A amizade é um amor que nunca morre.
A amizade é uma virtude que muitos sabem que existe,
alguns descobrem, mas poucos reconhecem.
A amizade quando é sincera o esquecimento é impossível
A confiança, tal como a arte, não deriva de termos resposta para tudo, mas,
de estarmos abertos a todas as perguntas.
A dor alimenta a coragem. Você não pode ser corajoso se só aconteceram
coisas maravilhosas com você.
A esperança é um empréstimo pedido à felicidade.
A felicidade não é um prêmio, e sim uma conseqüência,
a solidão não é um castigo, e sim um resultado.
A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que
percorremos para encontrá-la.
A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes a gente logo enxerga.
A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delicia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você.
A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos.
A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar.
A maior fraqueza de uma pessoa é trocar aquilo que ela mais deseja na vida, por aquilo que ele deseja no momento.
A persistência é o caminho do êxito.
A pior solidão é aquela que se sente na companhia de outros.
A SOLIDÃO É UMA GOTA NO OCEANO QUE SÓ OLHA PARA SI MESMA... UMA GOTA QUE NÃO SABE QUE É OCEANO...
Amigos são a outra parte do oceano que a gota procura...
A tua única obrigação durante toda a tua existência
é seres verdadeiro para contigo próprio.
A verdadeira amizade deixa marcas positivas que o tempo jamais poderá apagar.
A verdadeira amizade é aquela que não pede nada em troca, a não ser a própria amiga.
A verdadeira generosidade é fazer alguma coisa de bom por alguém
que nunca vai descobrir.
A verdadeira liberdade é poder tudo sobre si.
Algumas pessoas acham-se cultas porque comparam sua ignorância com as dos outros.
Amigo de verdade é aquele que transforma um pequeno momento em um grande instante.
Amigo é a luz que não deixa a vida escurecer.
Amigo é aquele que conhece todos os seus segredos e mesmo assim gosta de você!
Amigo é aquele que nos faz sentir melhor e sobre tudo nos faz sentir amados...
Amigo é aquele que, a cada vez, nos faz entrever
a meta e que percorre conosco um trecho do caminho
Amigos são como flores cada um tem o seu encanto por isso cultive-os.
Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom, vibram juntas...
Amizade, palavra que designa vários sentimentos, que não pode ser trocada por meras coisas materiais... Deve ser guardada e conservada no coração!!!
As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.
Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas,
dando-lhes sempre algum significado.
Diante de um obstáculo não cruzes os braços, pois o maior
homem do mundo morreu de braços abertos.
Elogie os amigos em público, critique em particular.
Errar é humano, perdoar é divino.
Evitar a felicidade com medo que ela acabe; é o melhor meio de ser infeliz.
Faça amizade com a bondade das pessoas, nunca com seus bens!
Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.
Érico Veríssimo A amizade é uma virtude que muitos sabem que existe,
alguns descobrem, mas poucos reconhecem.
A amizade quando é sincera o esquecimento é impossível
A confiança, tal como a arte, não deriva de termos resposta para tudo, mas,
de estarmos abertos a todas as perguntas.
A dor alimenta a coragem. Você não pode ser corajoso se só aconteceram
coisas maravilhosas com você.
A esperança é um empréstimo pedido à felicidade.
A felicidade não é um prêmio, e sim uma conseqüência,
a solidão não é um castigo, e sim um resultado.
A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que
percorremos para encontrá-la.
A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes a gente logo enxerga.
A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delicia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você.
A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos.
A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar.
A maior fraqueza de uma pessoa é trocar aquilo que ela mais deseja na vida, por aquilo que ele deseja no momento.
A persistência é o caminho do êxito.
A pior solidão é aquela que se sente na companhia de outros.
A SOLIDÃO É UMA GOTA NO OCEANO QUE SÓ OLHA PARA SI MESMA... UMA GOTA QUE NÃO SABE QUE É OCEANO...
Amigos são a outra parte do oceano que a gota procura...
A tua única obrigação durante toda a tua existência
é seres verdadeiro para contigo próprio.
A verdadeira amizade deixa marcas positivas que o tempo jamais poderá apagar.
A verdadeira amizade é aquela que não pede nada em troca, a não ser a própria amiga.
A verdadeira generosidade é fazer alguma coisa de bom por alguém
que nunca vai descobrir.
A verdadeira liberdade é poder tudo sobre si.
Algumas pessoas acham-se cultas porque comparam sua ignorância com as dos outros.
Amigo de verdade é aquele que transforma um pequeno momento em um grande instante.
Amigo é a luz que não deixa a vida escurecer.
Amigo é aquele que conhece todos os seus segredos e mesmo assim gosta de você!
Amigo é aquele que nos faz sentir melhor e sobre tudo nos faz sentir amados...
Amigo é aquele que, a cada vez, nos faz entrever
a meta e que percorre conosco um trecho do caminho
Amigos são como flores cada um tem o seu encanto por isso cultive-os.
Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom, vibram juntas...
Amizade, palavra que designa vários sentimentos, que não pode ser trocada por meras coisas materiais... Deve ser guardada e conservada no coração!!!
As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.
Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas,
dando-lhes sempre algum significado.
Diante de um obstáculo não cruzes os braços, pois o maior
homem do mundo morreu de braços abertos.
Elogie os amigos em público, critique em particular.
Errar é humano, perdoar é divino.
Evitar a felicidade com medo que ela acabe; é o melhor meio de ser infeliz.
Faça amizade com a bondade das pessoas, nunca com seus bens!
Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.
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